domingo, 31 de janeiro de 2010

Grande Noite

A da última 6.ª feira. O Incógnito é, de facto, o sítio com melhor música de Lisboa. E só isso é suficiente para aguentar o calor, os encontrões, o roça-roça e o fumo. Até fechar.

Arrumar os Anos 80

Objectos de culto desenterrados durante uma recente arrumação cá em casa

Como este é um blog com um rapaz têm de levar com carros e afins, ou julgavam que era só falar de sapatinhos? Enfim, fui homenageado logo de seguida, suponho que para compor os cacos. Agora levam com um post bem anos 80 e bem à rapazola: colecção de calendários de pilotos de F1 (Chupa Chups para quem identificar o Prost, Piquet, Sena e Mansel), de motas, de carros de turismo e do troféu Renault Alpine.

5 razões

Porquê postar a Bota Botilde?
  1. Porque este é um blogue de mulheres e ainda não tínhamos falado de sapatos;
  2. Porque nos remete para a lentidão da justiça portuguesa o que nos torna cidadãos activos e pro activos cheios de consciência social;
  3. Porque nos faz arrumar os anos 80 e é assim uma homenagem sentida ao homem desta casa;
  4. Porque estava a faltar por cá uma fotografia bem bonita, daquelas bem bonitas;
  5. Por isso!

Geografia nocturna

Do Norte. Fica a certeza de que as noites são mais frias. Muito. Que os lugares da moda são iguais a todos os lugares da moda do nosso pequeno país. Pequeno exibicionismo burguês. Só mais barato. Come-se melhor por menos, bebe-se o mesmo por menos. Mas as noites têm exactamente o mesmo número de horas e quem as frequenta, os mesmos desejos, as mesmas desilusões, os mesmos encontros. No Norte ou no Sul à noite soltamos os bichos guardados da luz do dia.

sábado, 30 de janeiro de 2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

As Imagens

Foram as únicas que encontrei.
Como vêem era linda de morrer e eu estava bastante feliz, a senhora que aparece foi a querida que ma ofereceu.
Na última podem ver-me rodeada do resto dos presentes que recebi no meu terceiro aniversário, corria o ano de 1988.
(uns tempos mais tarde aquela cadeira verde foi co-protagonista de uma cena sangrenta, em que eu rodava animadamente na cadeira da secretária do meu pai até que a estúpida caíu, partiu a cadeira verde de plástico e o plástico cortou-me as costas, infelizmente não há registos desse evento.)

Teixeira dos Santos é nosso leitor!

O nosso estimadíssimo Ministro das Finanças deu uma simpática piscadela de olho ao nosso blog: entregou a pen com o Orçamento de Estado 2010 às 22H21, numa claríssima alusão ao nosso ciber-pasquim.
Começamos a ter alguma influência, o próximo passo é sermos referenciados pela maçonaria. O facto de se ter atrasado 1 hora é irrelevante: é ministro e é das finanças por isso atrasos e deslizes estão, à partida, amnistiados.

Camisola Amarela...*

*... ou não é que acabei de descobrir a bicicleta da Chica?!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

You Can Call Me Out, Call Me Out!

Descobri recentemente que uma das minhas ambições, a realizar a longo prazo, é vir a saber a letra de todas as músicas que passam na M80.

Foi a trabalhar para isso que descobri que andamos todos enganados a cantar felicíssimos: I can call you baby, baby when you call me, you can call me out.

Digam-me lá, não era só eu pois não?

Grandes bestas, ele diz: I can call you Betty, Betty when you call me, you can call me Al.

(não tem tanta graça. e já que estou entre parêntesis, que efeito especial é este de meterem os senhores no vídeo em escalas diferentes?)

Vá, quero ver-vos a tocarem flauta invisível.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Eu pecadora me confesso

Começo a perceber (já tinha percebido) que sou uma péssima referência para os miúdos e que sou mazinha, assim mázinha quase reles! Primeiro, "escarrapacho" (palavra quase tão bonita como as fotografias que saco do google, sempre dedicadas às duas queridas que comigo partilham este espaço) os textos dos meninos aqui, em sinal óbvio de chacota. Antes disso farto-me ainda de rir e de arrancar cabelos de desespero. Depois, começo a ter alguma dificuldade em impôr respeito. No fundo, no fundo, parece-me que ando é cheia de inveja deles por terem menos uns anos do que eu (começam a ser alguns), telemóveis muito melhores do que o meu e ténis com muito mais estilo. No fundo, no fundo eu não queria nada ser professora da turma deles, mas ser como eles (e daí, pensando bem, se calhar também não!), mas vá... ter dias como os deles. Deve ser isso, só pode ser isso e isso, está de tal forma a afectar-me que hoje numa visita rápida às termas cá do sítio dei por mim, alagadinha de riso a tentar impor respeito perante um desgraçado que estava prestes a mijar-se (não devia dizer mijar, pronto quase a fazer xixi), enquanto me dizia muito baixinho: "Ai professora eu não consigo parar de rir, mas o senhor é igual ao Zeca maluco que morreu na minha freguesia a semana passada, eu acho que é ele!" E eu, respeitável docente, em vez de me escandalizar, arrasta-lo pelos cabelos, excomungá-lo perante tamanho sacrilégio, tentava controlar o riso a todo o custo e só me apetecia desatar à gargalhada.
A figura foi triste. Provavelmente nunca mais me convidam para um evento de charme promocional e no final quando perguntei aos miúdos (10.º ano, Economia):
"Então o que é que aprenderam?"
Aquela alma que quase me custou a imagem, respondeu: "Que as pessoas ressuscitam e vão trabalhar para as termas!" E eu? Eu desatei a rir. Se calhar também me devia despedir como o Sá Pinto...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Como disse?

Que delícia...
INTRODUÇÃO
"Com o trabalho a seguir mostrado pretendo mostrar as várias formas de educação. Os problemas e causas e também o que podemos fazer para melhorar isso."
CONCLUSÃO
"Gostei muito de fazer este trabalho, porque fiquei a saber mais sobre a educação. A educação que é uma coisa que é muito importante para o nosso dia-a-dia. Com este trabalho fiquei muito mais inteligente."
C., 10.º ano
... então não ficaste...
e a F. concluiu que (sic)...
"... e também soube que o mundo da pobreza esta mais aumentado do que eu imaginava, a muita miséria neste mundo que nem fazia a mínima que era assim tão grande. A riqueza nem tudo e um valor mais importante para nossa vida, por vezes pode se tornar num destruição e um egoísmo para as pessoas em geral. Por isso se cada um der um pouquinho do que tem, já traz um belo sorriso de um menino que vive na pobreza no mundo..."
Agora sejam "imaginativos e imaginem" o desenvolvimento dos temas e as introduções e conclusões de mais 46 trabalhos!

Arrumar os anos 90!!

Tive umas brancas, que passados alguns dias de uso e algumas lavagens me davam o aspecto de filha de um casal de drogados da Cova da Moura, ai coitadinha tão pobrezinha, tão porquinha e desgraçadinha! Herdei depois outras, do meu primo, cujos pés cresciam noite e dia a velocidades estonteantes, de modo que passados 2 meses de as comprar, já não lhe cabiam nos pés. Eram (são)bordô e fizeram a última caminhada da adolescência. Depois foram arrumadas para um canto no sótão e descobertas mais de uma década depois, de modo que, agora em dias em que a demência toma conta de mim por inteiro (tipo hoje) as calço e vou trabalhar com elas... ai coitadinha da professora, tão desgraçadinha, contratada, com uns ténis podres nos pés. Sinto-me bué teen quando as calço e continuam iguais, a deitar um cheiro medonho no final do dia. Ocorreu-me agora que, quando voltar à loja das gomas (julgo que exactamente 28 dias depois da última vez...descobri que aquilo da tristeza não era só chuva!), as levo nos pés. De andar elástico e gomas nos bolsos, na volta, ainda cravo um cigarro a um puto giro e vou fumar para trás do pavilhão.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Para o Fim-de-Semana

Umas fotografias do Verão, porque só a sua memória é que nos mantém sãos este Inverno.
E uma música que não passa de moda.

O AMOR - Quem Ler Tudo no Final Ganha Um Doce

Este não é o tipo de blogue que esteja muito atento à actualidade ou que se dedique a comentá-la. Não, não é. Mas é o tipo de blogue em que escrevemos o que nos apetece sobre qualquer assunto mais ou menos particular. Por isso também há espaço para comentar a adopção por casais homossexuais. E não só, porque me irrita a forma como os processos de adopção são conduzidos aqui no burgo, e toda a questão devia ser revista e não só em relação aos homossexuais. No fundo é toda a forma como se olha para as crianças e como se avalia o seu bem-estar. A família biológica é sagrada, e esses cheios de direitos têm de se esforçar mesmo muito para perderem a guarda das crianças. E eles esforçam-se.
Só eu, que nem sequer sou particularmente atenta à vida alheia nem tão velha para ter uma vasta experiência de vida, andei no liceu com uma rapariga que era filha do avô como nós dizíamos, ou irmã da mãe se preferirem. A família continua a viver toda junta e aos olhos do estado devem ser felizes e saudáveis porque é tudo sangue do mesmo sangue e isso é que importa, amén.
Na minha casa antiga tinha um vizinho velho que se amigou com a empregada , ela tinha uma filha de 9 anos, e ele gostava muito da miúda, gostava de lhe dar colo e não só. Então a miúda gritava "Laaaarga-me" e ele dizia coisas como "Dou-te dois euros para te apalpar as maminhas, um euro por cada maminha" e a mãe dizia: "Larga a miúda!" Mas se ele não largasse também não estava para se chatear.
Depois havia os do café, ainda no mesmo prédio, três míudos de onze e oito anos e uma ainda bebé. Ela não era propriamente má mãe, tirando a linguagem, o cabelo oxigenado e a pastilha elástica, mas isso quem ande na rua e nos transportes públicos aprende a desvalorizar. Ela simplesmente não era muito mãe.
Então a de onze anos era um daqueles casos excepcionais que brotam no meio do caos, uma miúda inteligente, responsável, e atinada, andava com a irmã ao colo, ela e as outras miúdas da rua, como se tivessem o último modelo de nenuco. O de oito um miúdo extremamente carente, sempre à procura de atenção, a tocar à campainha das vizinhas a ver quem lhe abria a porta e a fazer conversa e a ficar horas em nossa casa se nós deixássemos, não há cá hora do lanche ou hora de jantar. O miúdo andava pelas casas do bairro, comia onde lhe davam comida e a mãe não estava nada preocupada com o paradeiro dele. À noite quando toda a gente queria descansar e lhe dizia que eram horas de ele ir para casa ele voltava ao café. Ficavam lá até à meia-noite, uma, uma e meia... Os homens todos bêbedos, a gozarem com o tamanho das orelhas do míudo, com o nome, com a roupa, a enfiarem-no nos caixotes do lixo. Ele uma pilha de revolta, a chorar e a dizer que os matava, a mãe a rir-se. A irmã a cuidar da bebé, que tinha um parque dentro do estabelecimento, aquilo cheio de fumo. Quando todos se fartavam e íam embora a mãe lá arrumava a trouxa e por volta da meia-noite, uma, lá íam todos para casa, na linha de Sintra, uma meia hora de caminho, e no dia seguinte voltavam os meninos para a escola. Ah, vinham da escola para o café sózinhos, uma vez encontrei-os no comboio.
O primeiro caso foi numa escola de betos e o segundo e o terceiro num bairro muito respeitável no centro de Lisboa, não pensem que é do meio. Estes casos são mesmo comuns.
Tudo isto para dizer que é chocante que as crianças se arrastem em insituições à espera da reabilitação das que as pariram ou dos que inseminaram estas.
Que é chocante que adoptar uma criança seja tão difícil, que quem quer mesmo muito ter filhos e não pode tenha de esperar imenso tempo, passe por processos de avaliação duvidosos com critérios bafientos, que uma mulher sózinha tenha de ser famosa para conseguir adoptar ou então adopta um miúdo deficiente que é uma espécie de resto do que ficou entre os que foram adoptados por casais heterossexuais, com muito dinheiro e que frequentam a igreja.
É igualmente ou ainda mais chocante os casos em que, depois de a criança ter sido criada por uma família de acolhimento, a família biológica volta e o tribunal concede-lhes a guarda das crianças porque, amén, pariram-nos.
Talvez seja eu que não atribuo nenhum significado mistico-divino a este poder de os animais se reproduzirem, se calhar sou só eu que acho que isto é só biologia e que o que nos distingue é a capacidade de amar e outras coisas menos poéticas tipo a responsabilidade.
Capacidade de amar e responsabilidade que são coisas muito diferentes de mulher+homem+vivenda+monovolume.
Ah, lembrei-me de mais um caso, um casal que preenchia esta equação, por isso estava mesmo prestes a ter uma criança, só que como ele a enchia de pancada ela deixou-o, e sozinha parece que já não é tão fácil.
Mas não, não me parece que essa seja a equação.
Não me parece que as crianças sejam menos felizes ou menos saudáveis por viverem só com a mãe, ou só com o pai, ou com duas mães, ou com dois pais.
Não me parece que as crianças precisem de uma figura masculina e uma feminina em casa para crescerem bem, ou então estávamos tramados porque são cada vez mais os pais separados. Porque as crianças vão sempre ter figuras femininas e masculinas à sua volta, as tias, tios, avó, avô, professora, professor, etc. Porque ser mulher não faz com que eu eduque um filho meu como se ele fosse uma menina e o mesmo se passa com os homens e as filhas.
Porque a discriminação é um argumento hipócrita, porque se as crianças discriminam é porque são mal educadas, e se são mal educadas, e vão continuar a ser, temos de aprender a viver com isso. Ou então o gordo, o caixa de óculos, e todos esses clichés também não podem ir à escola porque vão ser gozados. Porque se temos medo que as crianças sejam discriminadas na escola então não as devemos educar, devemos sim vesti-las todas com roupas de marca, sapatos geox ou botas timberland, comprar-lhes o gameboy e a playstation e jamais dizer-lhes que não podem alguma coisa que o colega deles possa.
Sejamos razoáveis, no nosso tempo gozávamos uns com os outros, era normal. Havia sempre um ou dois na turma que eram as vítimas de serviço. Na minha escola primária era o Pedro Pinto que chorava por tudo e por nada e a outra miúda que não aprendia nada e que chumbou, imagine-se. Se nos esticávamos éramos castigados, os professores têm de estar lá para isso, levávamos recados para casa, apanhávamos se fosse preciso e pedíamos desculpa.
Ser filho de homossexuais é só mais um factor.
Ao longo do crescimento todos fomos gozados, mal falados, vítimas de colegas desdenhosos ou invejosos e muitos de nós já fomos do grupinho popular do liceu que gozava com os ténis da feira dos outros. Vai ser sempre assim ao longo da vida, se em casa houver uma boa estrutura que lhes dê educação para perceber que os outros é que são uns anormais, que lhes dê amor, que trate deles, então vão ultrapassar isso tudo. Aposto que o Pedro Pinto tem hoje uma vida normalissíma e que se nos encontrássemos íamos rir desses tempos em que ele chorava agarrado à mãe porque não queria ir para a escola.
Aposto que é melhor isso do que andar de instituição em instintuição e não ter quem lhes dê amor, verdadeiro amor, que dedicação profissional é muito bonito mas ter uma casa com pais não se compara.
E quem falou em pederastia, era uma piada não era? Deve estar a rir-se imenso com quem levou isso a sério. É que é preciso ter sido criado na selva para achar que gostar de alguém do mesmo sexo tem alguma coisa a ver com gostar de violar crianças ou pessoas no geral. E... Bibi? Casa Pia? Se calhar é mesmo o estado que anda a foder os miúdos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Arrumar os anos 80

Objectos de culto desenterrados durante uma recente arrumação cá em casa
Antes da PSP havia o Gameboy. Antes do Gameboy havia jogos como o Alien (matar naves dos maus) e o Ottosei Land (a foca que empinava bolas no nariz não podia deixar cair nenhuma ao chão).

Rituais

Conheço-o do café em frente à escola. O Sr. Luís. Não lhe sei mais nenhum nome, não lhe consigo adivinhar a idade, nem lhe imagino a casa. A mulher é baixa, quase gorda, esperando mais uma década para o ser em pleno. O filho não é parecido com nenhum deles. Esgueira-se às vezes por entre o balcão e as pernas do pai, mas isso ao fim da tarde, quando às vezes entro apressada, à procura de qualquer coisa doce que me sustente na água a hora seguinte. Às horas em que conheci o Sr. Luís, não há filho nem mulher e estranhamente, há quase sempre silêncio. A televisão muito baixa a um canto do café. O Sr. Luís parece-me não gostar de barulho. Cultiva uma tristeza sossegada, dessas que crescem anónimas nos cantos dos jardins de Inverno. Reparei-lhe primeiro nas mãos – transparentes e nos olhos que nunca cruzam os meus. Procuro-os pelo balcão que ele limpa até brilhar. Estão sempre lá pousados os olhos dele. Da primeira vez que lhe vi a mulher imaginei-os. O Sr. Luís e ela, numa cama com lençóis de flanela. Ela de olhos postos no tecto. Ele a procurá-la uma ou duas vezes no mês. Um amor pálido, doente, diabético, sem açúcar e sem sal. Talvez ela um dia o traia…mas não me parece que se dê ao trabalho de procurar, a traição, só se ela lhe bater á porta, esbarrar-se no corpo balofo que carrega. Então, sim, ela poderá agarra-la. Começou a tratar-me por menina, o Sr. Luís. A colocar-me em cima da mesa o café cheio. Uma pastilha de menta. Os olhos também. Comoveu-me aquela leveza muito muda. Depois soube-me professora e é assim que agora me trata. Sra. Professora. Sabe-me a qualquer coisa antiga e respeitável. O café tem piorado nas últimas semanas e agora já nem lhe preciso de falar. Ele chega-se a mim, pousa o café que de cheio quase transborda. A pastilha de menta. Os olhos. Tudo em cima da mesa. Sra. Professora. E eu não sou capaz de mudar agora para um café curto, de lhe provocar esse terramoto nos hábitos. Deixo-me estar. Olhos nos jornais diários. Um obrigada. O café cheiíssimo a custo. Até amanha, Sr. Luís.

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;
If you can dream--and not make dreams your master,
If you can think--and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools;
If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"
If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings --nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And --which is more-- you'll be a Man, my son!
Rudyard Kipling

Ceci n'est pas folie mas...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ceci n'est pas folie

Sim, estou assustada, terrificada na verdade, completamente consumida. Sou profissional a questionar. Devia ter ido para filosofia. Também sou profissional no que trata de viver realmente a expressão "estou bem aonde eu não estou, porque eu só quero ir aonde eu não vou". E sou profissional na intensidade. Para o bom e para o mau. Medo da rejeição, dos passos em falso, do passado, do presente e do futuro. Medo de ter. Medo de não ter. Medo de ser. E claro, de não ser. Medo do amor, sim, obviamente. E não, não quero falar, não quero ser, não quero fazer, e não quero saber sequer, mas devia. Estás a precisar de levar um par de estaladas. Aprende, raios, aprende de vez.

Porque escrevias tão bem, Vergílio

"...Vou-te amar intensamente como nunca. Amei-te com avidez precipitação impreparação juvenil. Havia uma distância enorme de permeio e eu tinha de a preencher. Amei-te depois com luxúria como se diz no catecismo. E amei-te como cumprimento de um horário semanal. Com raiva e humilhação quando andaste, eu nem sei se andaste lá com o teu colega patarata.
(...) Preciso tanto de te amar - e como te vou amar? Não sei. Vou-te amar no infinito da tua perfeição."
in Em Nome da Terra
Vergílio Ferreira

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dias amargos

Este é o dia mais triste do ano, pode lêr-se por aí, em cantos e recantos da blogosfera. Este é o dia mais triste do ano, dizem e eu acredito, acredito porque só assim se explica a minha ida à loja de gomas junto ao Liceu, num intervalo apertado a meio da tarde. Cabeça cabisbaixa, enfiada entre um guarda chuva amarelo canário que foi o único que ainda não perdi e ninguém quis roubar. Comprei gomas, daquelas e daquelas. Apontei. Côr de rosa, medonhas de grande. Quase não cabiam na boa. Comi-as às escondidas antes de voltar a entrar na escola. Uma agarrada de açúcar, enfiada debaixo de um amarelidão assustador. Passei pelo porteiro, com os olhos enterrados nas botas, dedos lambidos e relambidos. Inexplicável, pensei,até que os centistas explicaram com clareza: é segunda-feira, o natal já está muito longe e o Inverno ainda vai a meio. Qualquer coisa assim, que me diminui a culpa.
Amanha será o dia depois do dia mais triste do ano e se, num intervalo voltar à loja das gomas, será absolutamente justificável.

Agenda Para os Próximo Tempos

  • Corta as unhas e tira esse verniz todo estalado
  • Faz a depilação
  • Arruma o armário que parece não ter fim, porque já mete nojo
  • Insiste no pedido de mão de obra masculina que a tua casa está a precisar
  • Cobra o que te devem, porque já mete nojo
  • Paga o que deves, porque já mete nojo
  • Faz o logótipo para aquele projecto
  • Trabalha também para aquele outro projecto muito fixe mas que se não começares nunca vai existir
  • Apresenta aquela amiga para aquele trabalho
  • Responde àquele outro trabalho mesmo que seja para dizer que não, porque já mete nojo
  • E ao outro trabalho mais pequeno também, e arranja uma alternativa para não deixar as pessoas penduradas embora não tenhas combinado nada e as pessoas não costumem ter a mesma consideração por ti
  • Arranja trabalho para os próximos tempos, vai aos sítios, telefona às pessoas
  • Acaba o caderno de desenho, já não falta quase nada
  • Começa e acaba o outro caderno de desenho, as boas ideias vão chegar e se não vierem faz na mesma, não sejas pretensiosa, os teus colegas também têm trabalhos maus mas como os apresentam safam-se - Nesta fase mais vale seres boa aluna do que boa artista e tu não és nem uma nem outra
  • Muda a capa de edredão, porque já mete nojo
  • Lava as capas das almofadas do sofá, porque já mete nojo
  • Compra uma viagem barata a Londres
  • Não engordes
  • Poupa
  • Volta à máquina de costura
  • Vai fazer a ortopantomografia que o dentista te mandou fazer há mais de um ano
  • Vai ao dentista, leva a ortopantomografia contigo
  • Vai ao ginecologista e aproveita e leva aqueles exames que fizeste há um ano mas que nunca voltaste para mostrar e por isso não serviram para nada
  • Resgata os filmes e livros que tens emprestados, os que ainda conseguires
  • Desparasita a cadela
  • Imprime esta lista e cola-a na parede

Agenda para Segunda-feira

Vá lá, mete uma música animada a tocar e vai tomar banho.

Fui Ver o Avatar

J. R. Eyerman para a LIFE
Claro que é uma experiência muito engraçada.
Primeiro porque me senti nesta fotografia aqui de cima, e não me saía da cabeça essa imagem, depois porque há muito tempo que não via um filme ao som de pipocas a serem mastigadas, e depois porque o 3D é fixe.
Mas mesmo assim, achei o filme enfadonho, demasiado longo, demasiado os bons e os maus, demasiado bichos azuis, demasiado chato...
Quando fui para a cama apanhei este filme na RTP, perdi o início mas mesmo assim fez-me mais feliz do que o primeiro.
20 nuits et un jour de pluie

domingo, 17 de janeiro de 2010

As vidas privadas de Pippa Lee

Porque numa vida cabem tantas vidas. Porque estamos sempre a tempo de recomeçar.

Everybody Hertz

Concerto dos Air esta noite (Sábado) no Coliseu, Lisboa.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Corte geral de electricidade em Cascais: Como estudar?

Tremores de vida

Há tragédias tão grandes que não nos cabem na imaginação. Não conseguimos imaginar se: e se fossemos nós? E se fosse na nossa cidade? E se fossem os nossos pais, amigos, filhos, maridos, mulheres? E se fosse o nosso país. É um exercício demasiado doloroso para nos embrenhemos nele até ao limite da possibilidade, muito menos da concretização. Então, viramo-nos para dentro, para os nossos sismos pessoais, quotidianos e sobrestimados. A uma escala incomparável e obviamente desproporcionada, o processo da dor não deve ser muito diferente. Um sismo dentro do corpo e o coração lançado boca fora, aberto ao meio. Nós ao lado do coração, que um dia foi nosso e que agora, aberto, traçado ao meio, desagregado, não parece jamais voltar a caber dentro do corpo. Nós e o nosso coração ferido, no meio da rua. Esperamos então, esperamos por alguma ajuda, vinda de fora, dos outros, internacional, nacional, de perto ou de longe, não importa, precisamos dela. Alguém, que venha, tome o nosso coração com as duas mãos e o junte. Podem ser amigos, o colo da mãe ou as palavras sensatas do pai. Pode ser um homem ou uma mulher. Um consolo temporário, porque apenas precisamos que, naqueles momentos, alguém nos agarre o coração com as duas mãos e o faça bater novamente. Nesses dias, semanas, meses ás vezes, enquanto as mãos simplesmente nos seguram o coração, não se estabelecem conexões, ligações entre veias e nervos. Nada. Mas dói menos e ele já bate. Não nos preocupamos. Esperamos apenas que não hajam réplicas e que as coisas voltem ao normal. Um dia, muitas vezes, as mãos cansadas de nos segurarem o coração, largam-no. De repente ou lentamente. Ele fica ali, unido apenas pela força e é então, quando a dor já nos permite respirar, mesmo com duas metades tão fragilmente unidas que, começamos nós a reconstrui-lo. Com as nossas próprias mãos, pegamos nele, cuidamo-lo e um dia, voltamos a coloca-lo dentro do corpo para que, possa novamente ser nosso e voltar um dia a pertencer a alguém. No Haiti ou em qualquer parte do corpo ou do Mundo, será preciso força de vontade e tempo. Tempo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Parabéns 21h21m

Se não lia Marvel, clique na imagem para perceber. Se não lia Marvel você é uma mulher. Se você é uma mulher e está a ler isto, é redactora do 21h21m. Adoro silogismos...

Para os outros três habitantes deste dormitório

Macho Alfa

Ser o único macho aqui torna-me necessariamente no mais apto. A última série de mensagens lembrou-me quão só estou no 21h21m. And I'm Hungry Like The Wolf...
(mas gosto de cá estar, e chegámos aos 100 posts e 4 visitantes!)

Tendências de 2010

Está imenso em voga agora neste novo ano: a estética do chapéu-de-chuva abandonado. Fica sempre bem um chapéuzinho-de-chuva escangalhado, aqui e ali, a enfeitar a beira da estrada. Ontem, num espaço de cerca de 300 metros entre a saída do metro e a entrada na faculdade experimentei a nova estética substituta da luzinha de Natal que se punha em árvores, mas agora é em terra ( é que esta é uma revolução ecológica, para condizer com a Cimeira de Copenhaga). Consegui contar uns oito ou nove. Adorei o contraste natureza/material sintético, mas talvez resultasse melhor se não tivessem espalhadinhos aqui e ali. Eu sou apologista dos montinhos-de-chapéu-de-chuva-escangalhados, chamem-me retrogada se quiserem, mas não há coisa mais bela que o montinho de merda. Quase que te sentes numa inauguração requintada da Joana Vasconcelos.

Momento menstruação II

Porque ter o período não é só mau. Também nos faz cantar Marvin Gaye sozinhas e com imensa convicção do que estamos a fazer, enquanto conduzimos às duas da manhã de um dia de semana de volta a casa, até fazer com que os carros do lado (aqueles que param ao teu lado no semáforo e olham fixamente, como se isso fosse um ritual irreversível) se sintam desconfortáveis.

Momento menstruação

"Se calhar estou só com o período. Todas sabemos o desequilíbrio emocional que isso significa. Mas talvez não seja só isso. Hoje sinto que ter imensos amigos que conhecemos bem, mas não a um nível de intimidade profundo, no fundo diverte, mas não nos tira as mágoas nos dias da menstruação. Faz falta não precisar de falar com alguém porque essa pessoa já sabe. Ou então falar porque essa pessoa não sabe, mas também não julga. Só porque já foi conquistada até pelo teu desequilíbrio. Continuo fria. Menos esta noite, que faz calor cá dentro. Mas um calor desértico. Daqueles secos e despreenchidos. É tão fácil ter-se tanta gente a volta e estar-se sozinho. Fazes-me falta". Sim, hoje mandei este SMS.

A Minha Cadela Tem Amigos Mais Fixes do que A Maioria das Pessoas

Créditos da Imagem: associação Moda Lisboa
Porque o tempo não dá tréguas lá tivémos de ir passear sob chuva, ao subir as escadas com as patas molhadas ela escorregou e arrancou uma unha.
Lá fomos para o veterinário a espalhar sangue pela calçada.
Saímos de lá com um sapato que traz como medida de protecção, e gozação, um colar isabelino.
Um amigo da Vilma recomendou-lhe esta colecção e agora estamos muito mais conformadas com o novo acessório.
Obrigada Luís.
ah, fomos passear à chuva porque eu tinha de ir para a escola e não podia esperar que parasse. Parece que tinha poupado imenso dinheiro e sofrimento se tivesse decidido baldar-me. Os dias têm sido assim ultimamente.
E com esta o 21h21m conta 100 mensagens.
Celebremos nós os quatro! :D

Arrumar os anos 80

Objectos de culto desenterrados durante uma recente arrumação cá em casa
Fisga. Obrigatória no arsenal de qualquer rapaz que viva, ou passe os verões, na aldeia. Andar à fisgada aos pardais ou aos gatos era uma tarde bem passada. Hoje seria doença. Também acho que estou a ficar crescido.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

12h e 12m

Pelas 12h e 12m, mais coisa menos coisa, resisti à tentação de parar na berma da estrada para ver os feitos e efeitos de um camião que entrou, literalmente, por uma paragem de autocarro dentro. Abrandei, mas porque os da frente, também iam já brandos. Vi: umas pernas estendidas no passeio e umas pernas, cujos limites, envergavam umas meias xadrez e uns chinelos de quarto. Depois, eram pernas e mais pernas indistintas em movimento. Para além das pernas de gente ao telemóvel, ouviam-se sirenes ao longe, o que anunciava a chegada de ajuda para breve. Não parei... que já ia um bocadinho atrasada para o trabalho. Parece que cresci: tenho um emprego e já não páro boquiaberta perante a tragédia alheia.
Os poucos que nos leêm devem murmurar(mas não comentam): "cabra infantil..." mas juro que me sinto já muito mais crescidinha.
P.S Não morreu ninguém e o ferido mais grave foi um miúdo que, a fugir do camião, se atirou para um campo de couves.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Arrumar os anos 80

Objectos de culto desenterrados durante uma recente arrumação cá em casa
Walkman Sony. Este tinha um grande extra: Mega Bass! Rodou muitas cassettes dos Metallica, Nirvana, Red Hot Chili Peppers, Sonic Youth, Beach Boys... Os meus pais ofereceram-mo quando fiz 16 anos e a prenda incluía um par de colunas Sony e o álbum duplo do Rui Veloso "Mingos & Os Samurais".

domingo, 10 de janeiro de 2010

Sou ZON / Estou ON

A minha internet está mais rápida que nunca, por isso posso rever pérolas como esta que vos deixo. Algumas conclusões:
Em 1987 os irmãos Coen já eram os maiores; Raising Arizona faz-me rir há mais de 20 anos; Nicholas Cage é um grande actor; O interior dos EUA deve ser fascinante; As fraldas são um produto caro; Há famílias (mais) estranhas (do que a minha). Uma pérola para sacar um sorriso a quem segue este blog (sim!, vocês as 3!)

Tremo devagarinho... de vontade, muita. Disto.

Por estes dias em que o frio é lugar comum (toda a gente se queixa do frio, lançam-se alertas de todas as cores, fazem-se aberturas de telejornais e reportagens ridículas em que velhos de nariz vermelho, lembram tempos idos, quando o frio é que era) revejo mentalmente os planos de viagem, atrevo a temperatura exacta da água a bater-me na canela das pernas, fecho suavemente os olhos perante a evidência descarada do sol e do sal. Ignoro o frio. Ignoro as cores dos alertas. Alimento-me de azul e faço círculos perfeitos nos mapas. Nada me vence: nem esta tristeza branca, nem esta ausência de luz, nem nada, nem ninguém. Alinho as imagens na minha cabeça, guardo as moedas pretas, as brancas, as notas, os extractos bancários e os certificados de aforro. Travo os anos, avanço os meses e vou. Zanzibar. Zanzibar e é música de embalar.

Alta Fidelidade

A piada só funciona bem em inglês: how to turn on a man / how to turn on a woman ?
Ou a engenhosa forma de, na mesma mensagem e com uma singela imagem, participar numa discussão estéril boy-meets-girl, fazer humor, celebrar o hi-fi, homenagear um grande filme e ainda piscar o olho à mana que anda a ler isto (o blogue, e o livro).

Zap Canal

Desculpem lá, perdi alguma coisa durante o zapping?! Este (quase)blog anda muito estranho...

Sim.. é uma piquena homenage!

Sim, de ti sei que és inteira.
Para o bem e para o mal. Sem meias medidas.
Sim, o coração ao pé da boca e tão grande que às vezes não cabe dentro do corpo.
Sim, foste a que há 3 anos atrás me abriste a porta de tua casa sem me conheceres de lado nenhum.
Sim ficamos amigas desde então.
Tão bom que foi assim.
Sim partilhamos mágoas e risos.
Sim fizemos dias de praia, porque se fazem: os dias e as praias, só existem verdadeiramente quando vivemos dentro deles.
Sim, vivemos esplanadas, fins de tarde e tardes inteiras de Verão.
Sim, somos muito diferentes em algumas coisas mas idênticas em valores essenciais.
Sim, deste-me a conhecer a tua família.
Sim, somos irónicas e cínicas. Ainda bem que sim.
Sim, ambas gostamos de cinema, de sushi, de lojas, de livros, de roupa.
Sim, somos vaidosas. Ainda bem que sim.
Sim acreditamos, em nós e nos outros. Ás vezes.
Sim, falhamos. Naturalmente que sim.
Sim. Somos mulheres, somos humanas.
Não somos perfeitas e ainda bem que não.
E então escrevemos. Escrevemos-lhes. Ainda que não comentem. Sim, mesmo assim.
Porque sim.

Sim

O post anterior é para ti.
Sim, eu sei que não comentas.
É fodido.

A Saber

Escrevo porque acredito que me continuas a ler.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Where The Wild Things Are

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Todos os crescidos gostavam de ter um sítio para onde fugir de vez em quando.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

E deus criou a internet

Motivação,

Motivação, motivação, motivação, motiçavão, motivãovão, motijáfoste.créditos da imagem: Roland Tiangco

Uma a Despachar

Acordei com vontade de R.E.M. - Shiny Happy People, it was nice for a change, mas

nada a fazer à medida que a consciência se instala.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Na semana imediatamente a seguir ao Natal

Nos 5 dias que sucederam o 25, confirmaram-se cinco, a saber:
1. a família é um reduto sagrado, mas também muito esquizofrénica (a tia desapareceu 12 horas, enfiada numa casa abandonada, porque o filho casou com uma brasileira, 10 anos mais velha. (A tia de quando em vez desaparece!);
2. estar com os amigos enche-nos o peito de ar, de tal forma, que dá para nadarmos umas 10 piscinas, sem parar (isto, porque não nado muito bem, alguns devem conseguir umas 50);
3. conduzir pelo nosso país é ainda um dos prazeres da minha vida;
4. a euforia da passagem de ano irrita-me, mas o novo ano enche-me sempre de esperança;
5. dormir acompanhada nuns lençóis térmicos (ou lá como se chama aquela porcaria) dá-nos uma visão muito proxima daquilo que será o Inferno!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Qual é o filme?

Um trailer de deixar lágrima no olho. Ou, para quem preferir, o esfíncter palpitante.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O MEU 2009

Tinha de partilhar. A minha irmã mostrou-me este vídeo há dias, diz que viu num blogue qualquer dum amigo (não sei se é plágio, eu cá vi no You Tube portanto agora é de todos, como o ar).
O filme arrepiante que dá vontade de ver porque é mostrado doutra perspectiva. O meu 2009 aproxima-me demasiado deste conceito para resistir a mostrá-lo. Rir, sempre!
Bom Ano!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Um Desejo

créditos da imagem: Mike Monteiro
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Uma sugestão:

Uma Piada Atrasada

O Natal passou. Fomos ao Norte.
Como em casa havia um avô a envelhecer a olhos vistos em frente à televisão a ver, e pior, a ouvir missa em altos berros, uma tia de cama com o estômago e os intestinos a queixarem-se dos excessos e uma avó-enfermeira a arrumar a cozinha, decidimos ir passear.
Fomos ao Bom Jesus.
Só que nós não somos de Braga então perdemo-nos e tivémos de pedir indicações a um senhor que nos diz que "debem seguir por aí em frente, depois vão para vaixo passam por vaixo do elebador e continuam..." a seguir passamos numa casa com uma placa a dizer Casa da Irmã Lúcia, vidente de Fátima.
O meu irmão:
"Tchi, Uma bidente! Só tinha dois dentes, coitada!"
Depois voltámos para fazer as malas dar beijinhos e fugimos para as nossas casas.
Foi assim o Natal.
No Bom Jesus e no Sameiro estava um frio insuportável, bom para cumprir promessas.

2010

Os Cini Minis foram a primeira refeição da nova década, e esta foi a primeira música (escolhida por mim porque as de ontem à noite não contam).

Isto da passagem de ano por menos que se lhe ligue apanha-nos assim na curva, de repente pensamos nestas coisas. Dá-nos um vago sentimento de esperança, como se tivesse mudado alguma coisa, como se tivéssemos andado a ser preguiçosos nos últimos meses porque já não íamos a tempo de mudar, mais valia esperar pela hora zero do novo ano para começar de novo. Mas não é um começar de novo igualzinho ao das outras manhãs todas? É que pareceu-me mesmo que sim. Ou então não. A verdade é que ontem pensei nos que se afastaram de mim porque os magoei, pensei em ligar, começar de novo. Não era sobre isso a noite? Mas não o fiz.

Não pensei nos outros, de quem eu me afastei porque me magoaram (este é um termo lamechas mas é provavelmente o mais justo, não vou escrever que as pessoas deixam de falar umas com as outras por se irritarem, é um bocadinho mais do que isso não é?) mas, findo este parêntesis grande de mais, estava a beber um copo de vinho horrível e a comer uma bifana muito boa em frente a uma lareira e ligou-me um ex-amigo a desejar-me bom ano. Foi bom.

Ainda não pensei nas minhas resoluções, que eu sou mais pessoa de pensar no que aí vem do que no que passou, e acho uma chatice fazer listas do melhor e do pior do ano que passou.

Passou, passou!

Quanto à lista de resoluções, provavelmente devia manter a do ano passado. É que 2009 foi tão bom mas tão bom que acho que não risquei nenhum ponto da lista.

Cini Minis

Houve um mágico que me fez crer que devia trocar os Chocapic pelos Cini Minis.
Enganou-me. Não se pode confiar em mágicos.
Os Cini Minis perdem a canela toda para o leite e depois não sabem a grande coisa e depois o leite fica a saber demasiado a canela para eu o querer beber.
Eu nem sequer gosto assim tanto de canela. Mas gosto de magia, e de chocolate também.
Bom 2010.