segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Das prioridades

Passei hoje pela Segurança Social. Questões profissionais, graças a Deus, exigiram que obtivesse o histórico dos descontos. Os balcões, agora a funcionarem num edificio novinho em folha, conservam da mobília, uns funcionários antipáticos e prestam-se à aglomeração de caras pobres, tristonhas, fechadas. Assim vai o nosso país. Lá no meio, para animar a malta, estava um senhor, cuja função, deve ter interiorizado, era gritar com todas as pessoas que tinham direito ao atendimento prioritário. Assim, sempre que uma grávida entrava, e entraram duas, o senhor levantava-se e aos berros, encaminhava-as para o balcão, vociferando direitos que elas mesmas desconheciam. O dia deveria estar a correr-lhe mesmo bem porque, depois de duas grávidas, entrou um senhor, com as fundições de um prédio de dez andares presas num braço. Eu nunca tal tinha visto, tanto arame e gesso e o amigalhaço das prioridades, atacado por mais um momento de benificiência gritou a plenos pulmões: "O senhor é aleijado, vá toca de ir para o balcão das prioridades!" O senhor aleijado lá argumentou que viria num dia em que aquilo estivesse mais calmo, enervando então o homem que o seguiu até à porta, gritando"Pobreza, que nem os direitos conhecem!"
Na minha modesta opinião alguém deveria tratar do internamento daquele senhor.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mais um Recadinho

Às pessoas que eu apanhei à volta da Vilma quando saí do supermercado, que queriam que eu acreditasse que achavam mesmo que eu a tinha abandonado ali à porta, presa a um poste, com o número de telefone na coleira, linda e maravilhosa:
Da próxima vez não vou ser tão simpática, sei bem que estavam era a fisgá-la e se eu demorasse mais um bocadito quem ficava agarrada ao poste era eu.
Ai Ai Ai
Cambada de lunáticos.

Às Pessoas Chatas

E gajas invejosas que me metem a mão no ombro porque coitadinha de mim com um homem que não come carne como é que vou fazer, eu que adoro um bom bife da vazia, que morro de desejos por um frango assado, pois realmente, tenho de concordar que me afecta imenso o facto de ELE não comer carne quando me traz frango assado porque EU adoro e quando faz comidinhas vegetarianas, sim, como a de ontem.
É que não se aguenta.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Viagens para a terra dos outros

Nunca tinha viajado com/na Ryanair. Viajei agora que fui para Munique. Um voo atolado pós Natal. Atolado de pessoas, atolado de casacos, atolado de malas, atolado com coisas altamente improváveis, como um bolo rei. Muitas coisas podem correr mal num voo da Ryanair, a começar pela viagem a pé que temos de fazer entre o aeroporto e a pista…malinhas na mão, olhar esgrouviado perante a probabilidade de levarmos com uma asa de uma passarola qualquer lá estacionada/aterrada. Depois, o tempo que levamos a entalar a bagagem no espaço mínimo, com a senhora histérica a comunicar pelos altifalantes que, tínhamos 10 minutos para abandonar a pista, caso contrário, desembarcávamos todos e passávamos a noite no aeroporto. Buuu, que medo! Técnicas antigas que eu também uso com os meus alunos mas que, pelos vistos, também com adultos surtem efeito: é enfiar com tudo lá para dentro antes que aquela gente se enerve. Depois, a ideia das pessoas que transportam instrumentos musicais e que, não compram um excedente de bagagem, mas sim um bilhete emitido no nome de Senhora Guitarra. Ora obviamente, na contagem dos passageiros, faltava um. Contagem após contagem e sete contagens depois, o companheiro da Senhora Guitarra lá compreendeu que aquilo era por causa dele, e todos perceberam que afinal não faltava ninguém e que aquela “passageira” só queria era dar música. Avião no ar, começa o espectáculo das vendas: venda de comida, venda de perfume, venda de rifas e venda de raspadinhas. Vendem em inglês, vendem em português e tentam manter-se sérios e profissionais naquela feira aérea. Depois de quase duas horas de voo, aterramos violentamente num aeroporto minorca no meio do nada e solta-se uma gravação com vivas e yuupissss, seguida de um frenético bater de palmas por parte dos passageiros extasiados. É hora de desembarcar, pé ante pé, pelo meio da neve aos escorregões, cheios de fome e com um frio de morte. Para ser ainda mais divertido, convém que sejam íntimos dessas pessoas que viajam com bolos rei e guitarras. Eu era.

O Mágico

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Apetece guardar todas as imagens.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ver e sorrir, durante e no final

Dos Homens e dos Deuses

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Não é só por ser verídico. É mesmo um grande filme, bonito, e com uma história de profundo humanismo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ementa

Do assunto de que se fala, retenho um momento particularmente...realista...chamemos-lhe assim, do sr. Pedro, no restaurante onde amiúde almoço com o pessoal da escola: enquanto a TV debitava pormenores do crime, o sr. Pedro, munido de saca rolhas de diferentes tamanhos, tentava perceber qual o melhor para perpetuar a coisa. Como se não bastasse, a ementa ostentava, arroz de sarrabulho, como prato pricipal. "Quer senhora professora, ponho-lhe os rojões e o sangue à parte...". Se calhar, fica para outro dia.

Sungha Jung

Mais versões virtuosas aqui.

Ano Novo

Casa Nova. Estou de volta depois de sei lá quanto tempo sem internet. Saudades vossas na internet. Até agora nada de jeito para dizer. Notas: .1 Brasil maior país católico do mundo acredita agora num segundo dilúvio. Se continuam crentes temos de concordar numa coisa: deus não está a ser nada simpático. .2 Carlos Castro. .3 Não consigo fazer parágrafos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

No dobrar de um ano

O que vocês devem saber sobre Munique e arredores:
- É frio. Muito frio na rua. A cara gela e compreende-se porque "caiu" o nariz ao João Garcia. Não ponham fora de questão adquirirem uma burka para levarem.
- Os alemães que nos chegam no Verão, devem ser os artigos de saldo que exportam para os países da periferia. Lá são muito mais bonitos, muito mais elegantes, muito mais bem vestidos.
-O povo é simpático e fala bem o inglês, desde os 8 aos 80.
- há muitos caezinhos na rua, mas os caezinhos alemães fazem menos cócó que os caezinhos portugueses.
- O parque automovel é equivalente à frota dos nossos ministros e assessores.
- As igrejas são aquecidas, as casas são aquecidas, os museus são aquecidos.
- A comida no geral não é cara.
- O pão é óptimo mas é muito caro.
- Aquilo com os maus governantes não começou com o Hitler, antes já haviam tido um Luís II que não regulava lá muito bem da cabecita.
- As cervejarias são enormes, as mesas são enormes e sentam pessoas que não se conhecem de lado nenhum umas ao pé das outras. Passadas duas cervejas, deixa-se de achar isso e ficamos todos amigos para a vida.
- Os parques são imensos e lindos de morrer.
- Os alemães habitualmente civilizados denotam um sério problema com o fogo de artifício. Se querem sentir a pulsação de um cenário de guerra, experimentem estar numa praça por volta das 11 da noite do dia 31. Levem fraldas, que podem perder uma ou outra gotinha.
- Munique é uma cidade a voltar numa qualquer Primavera da minha vida.