domingo, 29 de novembro de 2009

Quando o chefe é fixe...

... recebemos o seguinte email:
"A reunião de departamento e secção será no próximo dia 2 Dez no local e hora habitual, com as pessoas habituais. Logo, nada de novo, excepto que cada vez estou mais bonito. Até lá, bão pensando na prenda de natal para o xefe, moi, je, I, tradução eu… Espero que os coturnos sejam suficientes."
E eu ri-me e respondi uma parvoíce qualquer.
Deve ser por isto que a escola pública não "vai para a frente", nem encabeça a lista dos rankings...porque, caramba, não há lá gente séria a trabalhar! São uns miseráveis felizes que até gostam uns dos outros. Isto, ás vezes irrita... e lá no Ministério juram que vão acabar com isso. Havemos de nos odiar uns aos outros, espatifarmos carros na Avenida da Liberdade e termos os nossos telefones sob escuta.
Não é preciso, somos gente séria, divulgamos o email!

Post com Reticências

É impressão minha ou não chegámos a secar e já está a chover de novo?

sábado, 28 de novembro de 2009

É só o que podemos aconselhar...

... quando deixamos os homens sobremaneira enfadados por terem de nos explicar as nossas próprias conversas...

Nós as mulheres...

Para que não nos acusem de um temperamento feminino-juvenil que, aliás se traduz, em posts de grande sensibilidade (e dos quais nos orgulhamos muito), fiquem a saber esses machos latinos que batem o pezinho ao som de músicas de Verão que, nós também perdemos tempo a falarmos de coisas absolutamente viris. Eu, por exemplo, tenho perdido 15 minutos de todas as tardes, a falar de carros com o colega Carlos. Esta semana fiquei a saber que o Mini, através de uma vasta gama de acessórios, permite uma série de transformações, que o viram “literalmente do avesso” (sic Carlos, ás 3 da tarde de uma quinta-feira chuvosa). Pelos vistos e segundo o que consegui perceber (e que não foi muito, convenhamos) há uns autocolantes para colocar no tejadilho do carro com padrões, tipo os da roupa. O Carlos não conseguiu explicar, disse-me que eram quadrados. Arrisquei “Príncipe-de-gales?”…e ele fez uma expressão de absurdo desentendimento. “Quadrados”- disse outra vez. Pelo que acabei a ver o site da BMW…e não encontro quadrados nenhuns. Até colocava uma fotografia aqui do Mini…mas depois… já se sabe….as artes não são dignificadas. Assim, espero poder-vos dar novidades para a próxima semana (o Carlos ficou de ver o nome do padrão) e começarei definitivamente a escrever posts à gajo!

Saudades do Verão II

Depois das mariquices feminino-juvenis que consistem em exultar a solidão doméstica e a beleza melancólica do Inverno (saco de enjoo, por favor) venho salvar os poucos que ainda não desistiram de visitar este pardieiro com mais um vídeo estival. As recentes mensagens aqui deixadas pelas minhas companheiras de escrita decerto fizeram nascer em todos os seres luminosos uma sadia necessidade de transporte para o Verão, esse esplêndido local. Desta vez a viagem é assegurada pela rapaziada da loja de animais. Enjoy.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

E estamos quase no Inverno

Em dias de sol, dá-se mais pelo lugar. Surge depois de uma curva: inesperado, belíssimo na fealdade da paisagem que o precede e que o sucede. Nem sei bem se é um lugar ou só um instante. Seja o que for, é feito de plátanos, cores ocres desmaiadas numa paleta de Outono. Lá dentro, do lugar ou do instante, cabe uma igreja velha e um caminho que sobe para o sol e desce para a terra. Cabem outras coisas. A mim, sempre que desfaço a curva e abrando o tempo, cabe-me a esperança. Sabe-me a um Monte Velho à temperatura certa, prolongado pela garganta até desmaiar no estômago; sabe-me a amores mais velhos, mais depurados, mais intensos, mais calmos também. Naquele lugar, que também pode ser só um instante: repousamos. Repousamos depois dos beijos mordidos, repousamos depois do vermelho e do sangue, depois de ondas e vagas, depois de sal e pele e lágrimas e tudo e tudo. Ali, naquele lugar, que pode ser só um instante, faz-se um caminho longo para um outro prazer, mais lento, mas também mais firme. Podemos casar naquela igreja, ás 11 horas de um domingo de Outono, com o homem que um dia nos calcou a carne, por quem choramos, com quem rimos, com o qual vivemos. Ali, naquele lugar alcançamos a eternidade. E então, afinal, não será mesmo um lugar. É um instante. Apenas um instante.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Viver Sozinha

No Outono, quando chove lá fora (e cá dentro um bocadinho mas parece que amanhã vem cá um senhor tratar disso*), ter um aquecedor, uma cadela, chá, umas meias grossas, calças de pijama, um bom filme na televisão e trabalho para fazer, pode ser muito bom.
Melhor do que muitas noitadas de música e copos, melhor do que muitas noites com companhia.
*isto não é uma metáfora

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Saudades do Verão

Chegou a hora de educar o gosto dos analfabetos que insistem em visitar este folheto cibernético. Ou seja: chegou a hora de vos impor o que eu gosto. Inicie-se, pois, a série de telediscos subordinada ao tema Saudades do Verão. Toca a bater o pezinho.

Metrossexual

Daqui a muitos anos os sociólogos, jornalistas, historiadores e Pachecos Pereiras em geral irão referir-se aos anos 2000 como a altura em que alguns homens tiravam os pêlos do peito, envernizavam as unhas e utilizavam cremes para o contorno dos olhos. Então, os meninos da escola (o Ramiro ou o Constantino, por exemplo) perguntarão: Professora, esses homens queriam parecer mulheres? E a Professora responderá com bonomia: não, queriam parecer homens. E modernos. Como disse?!

Este Blogue Fica Hiperactivo

Quando uma de nós tem de trabalhar para uma entrega, outra tem testes para corrigir e outra ainda tem de estudar para um exame.
Este vídeo nunca deixa de fazer sentido:

E podia ter sido qualquer outra a escrever este post.

Test Drive

Trim trim - Toca o telefone - (Voz de Busto): Apoio ao Cliente Blogger, boa tarde, em que posso ser útil? -Olheee, passa-se o seguinte (voz de Bussaco), eu estava a escrever no blog, eu e a Chica, e, de repente, pumba, não consegui fazer parágrafos. -Experimente ENTER. (Bussaco vê-se obrigado a procurar o ENTER -facto real-) AH!
.já está?

Messenger - Parte II

Chica Bacana diz: vê o blogue. Presente para ti .
.
A que ainda não tem nome diz: meu deus!!! o meu bom gosto foi publicamente enxovalhado agora é que vocês vão ver!!!!! fotografias bonitas aos montes, vai ser a imagem de marca de Aquela que ainda n tem nome..até a Brócula cortar os pulsos... qualquer dia ponho umas bués giras só para amaciar as gajas das artes .
.
Chica Bacana diz: vá, respira. imagina que estás a encher uma bola de sabão com todos os teus pensamentos cinzentos enquanto expiras. Sopra a bola para longe . Melhor?
.

A que ainda não tem nome diz: melhorzinha mas não muito. Vou tentar com outra bola, a palavras PESSIMA não cabe na primeira bola. Vou matar a Brócula....expira...respira.
. Chica Bacana diz: AHAH acho q tenho de fazer um segundo post.
. A que ainda não tem nome diz: ahahahahaha. Vou fazer bolas então dá com fairy não dá? ai estou tão parva valha-ma deus, que nunca me deu problemas.
.
Chica Bacana diz: LOl dois comprimidos por dia.
. A que ainda não tem nome: Antes das refeições.

A Todos os Homens que Conheci Até Hoje:

morro de tédio por dentro.

. (reformulando: Matam-me e não morro, by Chica)

Messenger - Somos Pessoas que Escrevem LOL

Brócula diz: vai ver o blogue, A que ainda não tem nome é PÉSSIMA em termos de estética .

(entretanto noutra janela) A que ainda não tem nome diz: Dexei presente ao Zé da Caixa e a ti... Deves estar a espumar de raiva pela foto ahhaha...vou ser banida .

Brócula diz: LOL epah detesto cenas feias .

Chica Bacana diz: AHah olha a etiqueta .

Brócula diz: ya ja vi lol é bom que ela não use essa etiqueta mais vezes

Sê bem vindo, Zé da Caixa

Disseram-me que Agosto é o mês ideal...mas julgo que estavam a subestimar a magia do lugar.

Há experiências que são marcantes em qualquer altura do ano.

A minha vida passou pela Gelfa em finais de Setembro e ... sobrevivi!

Para quem gosta de experiências inesquecíveis... é um lugar a ter em conta.

Obrigado Zé!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Breves receitas de felicidade

Junte alguns amigos.
Reserve uma mesa num espaço giro da Capital.
Seja atendido por uma voz de Leste, que não percebe muito bem.
Chegue em grupos, de preferência, no segundo grupo, para que alguns já se tenham sentado à mesa, por si reservada.
Sente-se.
Espere.
Ria, ria muito.
Espere.
Faça os pedidos.
Espere e ria.
Beba.
Pergunte pela comida que não chega.
Espere.
Deixe que os amigos deambulem pelo espaço e elogiem uma mesa numa sala ao lado. Vazia.
Espere mais um pouco, há cerca de 50 pessoas à sua frente.
Ria e beba e espere e espere e beba e ria.
O telemóvel toca.
Atenda.
A voz de Leste pergunta por si.
Afinal você já lá está e a voz de Leste está no corredor a falar consigo.
Ria.
Afinal, dessas 50 pessoas que estão à sua frente, 7 são vocês.
Ria, meu Deus, ria.
Afinal há algures uma mesa para vocês, com comida, para vocês.
Agarre nos casacos, nas garrafas, no pão, nos copos, nos telemóveis, no riso…e vá para a mesa, para outra. Fiquem sozinhos.
Bebam, riam, comam.
Brinde aos amigos e à vida.
Vai ver que é muito feliz. Nós fomos (somos).

Programa "Novas Oportunidades"

Encontrei

E adorei! Mas não consigo encontrar o nome e autor desta música. Se alguém souber é favor chegar-se à frente.

domingo, 22 de novembro de 2009

These days

«O sucesso é feminino e é como uma mulher: se a adularmos, dá cabo de nós, portanto, o modo de a tratar é mostrar-lhe as costas da mão. Talvez assim ela rasteje.» William Faulkner (1956) O que assusta aqui é a palavra-chave ser talvez.

sábado, 21 de novembro de 2009

Som, teste, som... 1, 2, som...

Agraciado pelo lisonjeiro convite de participar neste blogue, e após alguns dias de reflexão (ou seja, falta de paciência para os trâmites informáticos das passwords, criação de contas e cópia de palavras em forma de onda) decidi aceitar. Portanto, exultem minhas caras. Mas coloco as seguintes rigorosas condições:
i) Serei parcial, faccioso e tendencioso.
ii) Ocasionalmente serei arrogante.
iii) Espelharei no 21h21m tudo o que a minha mente infame vomitar, sem filtros nem cuidados. Fuck the susceptibilidades.
iv) Não se aceitam reclamações.
Sempre a considerar-vos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Coisas inúteis que me têm assolado o pensamento

1-Sinais evidentes de que não pões os pés em casa há já algum tempo:
  • vais a pé para casa porque não tens bateria no telefone para pedir boleia;
  • quase morres de tédio nos transportes públicos porque o ipod não liga;
  • as pessoas começam a perguntar-te porque é que estás com a mesma roupa há dias;
  • por mais banhos que tomes, sentes-te sempre sujo;
  • começas a perguntar-te se as pessoas se apercebem de que, para além da calças e da camisola, também não te dignaste a substituir a roupa interior;
  • apercebes-te de que, de repente, ficar em casa o dia todo a ver filmes de domingo já não parece um programa assim tão aborrecido.

Se calhar vir a Cascais de vez em quando até compensa.

2-Na sequência da compra de uma peça aparentemente (e segundo toda a gente à minha volta) indispensável para o inverno: Serei a única a achar que usar botas é saloio?

Contenção Epidemiologica: Carta aos Utentes

Sem escrevirococcus nadae,
também conhecido como "Devias Mas Era Ser Expulsa do Blog", é uma das espécies patogénicas mais comuns e a mais virulenta do seu género.
A infecção é frequentemente observada em membros adjuntos de blogues cujas capacidades inventivas e/ou criativas se encontrem imunodeprimidas por factores geralmente cósmicos ou desconhecidos.
A sua toxicidade manifesta-se através de uma crescente selectividade relativa a novos posts (porque, sempre ouvi dizer, poucos mas bons!) e consequente abstenção ao dom da palavra por escrito, mas que mesmo assim não impedem estupidezes como esta.
Solicita-se aos utentes a continuidade do plano desta e de outras contigências sem esquecer que, ao lado do Sem escrevirococcus nadae, o H1N1 é óbviamente um menino.
Os meus melhores cumprimentos e desculpas,
A Enf.ª-Chefe Adjunta da Direcção de Enfermagem do Sítio Cibernético de Frequência Psiquiátrica das 21h21m

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Porque o Natal só deveria ser no Natal

Procuro um presente bonito, só porque sim. Um presente que chegará tarde para um aniversário e cedo para um Natal. Fora de horas portanto e ainda bem. Procuro-o por entre luzes multicolores e músicas da moda, por entre um ar condicionado descontrolado e gente que se arrasta depois de um dia cheio de horas que as arrastaram. Chega cedo o Natal, cada vez chega mais cedo e já não nos importamos com isso. É preciso manter a euforia do Verão, prolongá-lo e esbarra-lo de frente com uma nova alegria imaginada. Fica bem nas fotografias que todos hão-de ver um minuto depois do sorriso ter estalado em frente à árvore de bolas douradas e plástico brilhante. Quando eu era pequenina e há tanto tempo que eu fui pequenina e há tanto tempo que eu não dizia “quando eu era pequenina”. Quando eu era pequenina, dizia, o Natal era dentro de casa, quente entre portas fechadas e só nele cabiam os que mais me queriam e a quem eu mais queria. Passados meses, o Natal era revelado em fotografias e guardado. O Natal de quando eu era pequenina está guardado até hoje. Sabe a um frio bom, a um pinheiro cortado no meio dos montes. Sabe aos beijos do meu pai, ao pão quente da padaria da Isilda, ao riso da minha mãe e às laranjas verdes nas mãos dos primos. O Natal de quando eu era pequenina chegava em Dezembro, depois das composições sobre o Outono e das castanhas no forno. Depois das vindimas na casa da avó e longe, muito longe dos mergulhos gelados numa praia chamada Árvore. O Natal de quando eu era pequenina chegava no tempo certo, ao ritmo certo. Chegava no Natal.

Desta não te lembraste tu, Maria de Lurdes Mosdesto, pois não?

A meio de uma apresentação sobre a região do Alentejo ouço uma daquelas almas proferir: "Nesta região podemos também comer uma boa sopa de órgãos".
Consegui murmurar "oregãos" e depois o riso explodiu!
Lamento a péssima qualidade das imagens que coloco neste blogue!Não está a ficar bonito, pois que não...

Adoro

My parents were awesome

O Boneco do Multibanco Não Tem Sentido de Humor Nenhum

Ontem combinei com o meu irmão no Chiado e quando cheguei vi-o a levantar dinheiro no multibanco. Decidi pregar-lhe um sustozinho, cenas infantis, testar o coração dele e tal.
Então estava ele descansadinho de costas para mim e eu chego de rompante, encosto-lhe o telefone às costelas e digo: "Passa para cá o dinheiro já!" Ele assusta-se durante muito pouco tempo, depois ri com um ar de "olhem-me esta parva" e depois aparece no ecrã aquele boneco-cartão com uma cara desconsolada a dizer: "Para sua segurança retemos o cartão"
Porque é que estas coincidências não acontecem nos assaltos a sério?

Dogtooth - Os Miúdos são Estranhos como é Normal - Natura Naturans

****
Aviso já que posso contar algumas coisas do filme que os mais chatos entre os interessados em ver não queiram saber já. Portanto se querem casar virgens não continuem a ler.
Aviso também aos mais chatos entre os intelectuais que não fiz qualquer pesquisa nem li nada sobre o filme antes de decidir escrever sobre ele. Também não li nada antes de o ir ver, decidimos comprar bilhetes para os premiados do estoril film festival e lá fomos sem saber quais eram.
Por norma não escrevo sobre os filmes que vejo porque no geral são coisas nada controversas: este é bom, aquele é mau, eu não gosto mas compreendo que tem qualidade e por aí adiante. Não foi o caso, este de facto gerou discórdia, em quatro pessoas de gostos semelhantes em muita coisa duas gostaram e duas odiaram e por isso apetece-me debruçar um pouco mais sobre ele.
E a história é a seguinte: um casal que tem três filhos enclausurados em casa desde sempre sem estímulos exteriores: não há televisão, não há visitas, não há telefone, não há internet e muito menos blogues.
As únicas coisas exteriores são uma tipa que o pai lá leva para aliviar as tensões sexuais do rapaz mas com quem este obviamente tem uma relação que não passa disso e os aviões que sobrevoam a casa de vez em quando mas que os miúdos não percebem o que são.
Os miúdos são estranhos. Não é normal?
Morrem de tédio sem saber, inventam jogos para matar o tédio.
Atacam-se, apalpam-se, lambem-se, dançam descontroladamente, competem e descobrem-se como meninos selvagens porque simplesmente não têm nenhum padrão.
Tem piada que dogtooth é também o nome que se dá a um tipo de padrão.
Os miúdos são freaks, e nós que nos imitamos uns aos outros desde que nascemos e que vivemos oprimidos por mil e uma convenções, não somos também freaks?
Isto pode ser desconfortável mas não me digam que não faz sentido. E não me digam que o argumento é estapafúrdio porque a realidade nos tem brindado com histórias bem mais perversas que esta, ao menos estes não viviam numa cave.
O incesto também pode ser desconfortável mas acho que não se pode discutir conceitos culturais como esse num mundo tão abstracto a esse nível como o deste filme.
O filme coloca muito a questão da natureza-vs-cultura. O que é natureza e o que é cultura? Acho que esta será sempre uma questão muito sumarenta.
Entretanto os pais fazem os miúdos acreditar que, quando lhes caírem os caninos para nascerem outros novos eles estão prontos para sair de casa, pelo que uma das miúdas decide arrancar os dentes à paulada. Graficamente não é agradável.
Mas volto a perguntar: não é uma decisão normal? Não é o que os bichos fazem quando ficam presos numa armadilha? Eu tive um pássaro que andava solto pela casa e como cagava tudo decidimos prendê-lo ao poleiro com uma corrente. Quando demos por ele tinha cortado com o bico a pata que estava presa, coitado do Júlio.
E pronto, é isto que eu penso do argumento do filme e dos argumentos de quem não gostou.
Quanto a outras questões:
O filme está sempre desfocado - Todos os filmes do festival estavam, provavelmente era da projecção.
Aquela casa cheira a frigorífico - Aquela casa é um frigorífico.
Os irmãos comem-se - Eles não sabem que os irmãos não se comem.
Eles ladram - Fizeram-nos acreditar que eram irmãos de um cão.
E acrescento ainda que o filme tem grandes desempenhos e que este não é um filme intelectualóide com questões muito pertinentes apresentadas de uma forma muito aborrecida.
Não, o filme não é minimamente secante.

Decidir com Consciência

Há uns tempos soube de um casal jovem saudável e bonito que optou por casar sem antes ter tido sexo (pelo menos um com o outro).
Comparo isto ao suicídio.
Acho muito digno mas não sei como é que se pode tomar uma decisão dessas sem antes experimentar. Só acho o segundo caso menos estúpido porque experimentar não seria uma opção.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Os Deuses devem estar loucos

Apareceu-me antes da primeira aula da tarde. Apressado. Apenas para assinar autorização para a Sónia sair a qualquer hora da escola, porque a sua Sónia nunca lhe dera problemas, antes pelo contrário. Pediu-me desculpa por não estar mais presente nas reuniões, mas também a sua Sónia nunca lhe dera problemas, antes pelo contrário. Assinou prontamente o papel, agradeceu o elogio breve à sua Sónia. Não se espantou. A sua Sónia sempre fora elogiada e nunca lhe dera problemas, antes pelo contrário…antes pelo contrário…antes pelo contrário…”…quer dizer, não sei se a Senhora professora sabe, a Sónia anda no psiquiatra.” Não, a senhora professora não sabia, antes pelo contrário. Pois era…”há dois anos, começou com uma conversa esquisita, que queria ir à missa todos os dias…a rezar, a rezar e eu disse logo à mulher: era o que faltava, agora virar freira, não? É que andar atrás dos padrecos nunca deu dinheiro a ninguém! Ainda por cima, a Sónia que nem a Comunhão Solene fez. Deus me livre…a dar beijos aos Santos antes de adormecer. Disse à mulher, vamos levá-la ao psiquiatra”. A mulher queria antes ir ao psicólogo. Ele disse logo que era perder tempo e a Sónia, que nunca lhe dera problemas, antes pelo contrário, ainda piorava e depois é que eram elas. Psiquiatra com ela. Foi. Melhorou muito. Tem é que tomar dois comprimidos antes das refeições mas já está quase a 90%. “E pronto, ela não fala muito disto, deve ter vergonha, não é? E eu também tenho de ir, desculpe lá, mas está tudo bem, é o costume, a minha Sónia nunca me deu problemas, antes pelo contrário.” Um aperto de mão firme. Fiquei a pensar que, se há dois mil anos atrás, em vez de S. José, Jesus tivesse encontrado o pai da Sónia, nunca teria acabado na cruz. Com dois comprimidos e tinha tirado da cabeça aquilo dos milagres, de que era filho de Deus e essas coisas que só lhe deram problemas. Muito se teria evitado. Não haveria Bíblia para ninguém e o Saramago não se teria de enervar tantas vezes com a Igreja Católica. Se o pai da Sónia não fosse tão ocupado deveria ir até Lanzarote, conhecê-lo. Teriam muito para conversar e na volta até lhe poderia dar o nome do psiquiatra da Sónia. Iam lá os dois. Com sorte, dois comprimidos e o Saramago voltava a 90%, porque no fundo, no fundo também não quer dar trabalho a ninguém, antes pelo contrário.

domingo, 15 de novembro de 2009

Em Nome do Pai, do Filho e ... do Primo!

A família deve ser o nosso reduto sagrado, aqueles que estão sempre lá, que nos amparam e nos sossegam, que gostam de nós pelo que somos, que em nós têm orgulho e de quem nós nos orgulhamos. Imagino portanto, como sofre o José Sócrates (foi traído já por metade da família), como sofre o Isaltino Morais (com o primo a roubar-lhe dinheiro para uma conta na Suiça, que ele desconhecia)e agora como sofre o Manuel José Godinho ( com o filho também metido ao barulho). Ainda por cima vindo aí a época Natalícia, da família por excelência e esta gente, com a mesa mais vazia, traídos pelos que mais amam. O José Sócrates será o que mais sofrerá neste Natal, três ausências na mesa da Consoada: o Gordo, esse ignóbil que usava o nome do primo; o primo, o outro que está na China no kung-fu, que ainda não descobri se é primo do outro primo ou se é só filho do tio, o sr. que tinha Parkinson. Isto dos primos, comove-me especialmente. Lembro-me da infância e do primo Paulo. Sobrinho paterno, preso em Custóias por meio ano, por um crime que até hoje desconheço, porque durante anos não se podia tocar no assunto e porque hoje já ninguém se lembra muito bem . A minha mãe viveu anos sob o terror de ver a notícia espalhar-se (mesmo vivendo o primo Paulo a uns 50 km de nós) e a honra da família materna ser irremediavelmente manchada. Nessa altura, aliás, Custóias era uma palavra maldita que atormentava a minha vida. Para além do primo Paulo encerrado na masmorra, havia ainda o Franklin, filho do senhor Clemente e da Quininha, vizinhos do lado. Desse eu sabia. Tudo. E morria de medo do dia em que o Franklin saísse da cadeia e voltasse à aldeia. O Franklin tinha dado um tiro no calcanhar da namorada. Isto fazia do Franklin para além de assassino, vesgo, com uma péssima pontaria que me fazia temer pela vida, caso ele decidisse voltar a pegar numa arma e aquilo lhe fugisse das mãos outra vez. É por isso, que toda esta gente me comove. Haverá menos alegria neste Natal, menos presentes para troca. De certeza que o desgraçado do primo do Isaltino se vai esquecer de lhe mandar uns chocolates da Suiça…e que o Gordo do primo do Sócrates lhe vai comer o bolo rei todo, com o tio do Parkinson a babar-se sobre as filhoses e o outro a quebrar a loiça com golpes de kung-fu. Nãos lhes invejo a sorte. Eu por mim, não pretendo convidar o primo Paulo e o Frankin, com a graça de Deus, foi viver para França. Resta-me a solidariedade e o desejo de um Santo Natal a todos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A todos vós desejo, "dias possitivos".

No caderno de um aluno podia ler-se: " O trabalho deve ser em power-point e ter 10 dias possitivos".
Pelos vistos fui eu que pedi...sou uma sovina, para a próxima peço 30, assim pelo menos tem um mês todo possitivo!

Bright Star

*****
Uau, o cinema!
O filme mais bonito, inspirado e delicado dos últimos tempos.
Pura emoção estética.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Esgotou-se num post o número de palavrões permitidos neste blogue

Sábado. 21 horas. A chuva a ameaçar. Uma onda de preto e branco. Gente, gente, gente. Gente velha, gente nova, gente de cachecol, gente de bandeiras, gente de pregão na ponta da língua e gente com ar de parva (eu!). Entrar. 21horas e 10 minutos. Bancadas. Pernas estendidas. Passar pelo meio da gente. Gente de pé, gente sentada, gente aos pares, gente de pais e filhos, gente de marido e mulher, gente de amigos. Gente. Nenhuma gente sozinha. Eu, no meio da minha gente daquele sábado cheio de gente. A relva verde lá em baixo. Um tapete. Vontade de estender uma toalha xadrez, deixar os miúdos a correr, beijar com vagar, olhar o céu. Luzes, como se fosse dia, naquele dia em que já há muito era noite. 21 horas e 15 minutos. O tapete a encher-se. Homens pequeninos como meninos aquela distância. Putos de calções, aos 11 de cada vez, uns para cada lado. A gente a explodir de emoção. Eu, no meio da gente. Eu a demorar uns segundos a perceber quem era quem. Quais eram os que a minha gente venerava, para não ser morta ali mesmo, em frente da relva verde. Palmas e mais palmas, a gente a fazer muito barulho “Inde-vos a eles, caralho”. Gente a falar muito alto, palavrões como pregões. Calor, de repente muito calor. No tapete verde, os homens pequeninos a correrem para trás e para a frente. Atrás de mim, 14 anos de gente, não mais. Um verdadeiro fenómeno. Um misto de Gabriel Alves numa voz de Júlia Pinheiro. Uma visão extraordinária. Quem me dera voltar a ter 14 anos só para ter aquela amplitude de visão. 14 anos de gente aos gritos. “Bai Sereno que és lindo!! (versão Júlia Pinheiro)”… “Bai Sereno, pressiona, pressiona, puxa à linha lateral e cruza, cruza Sereno” (versão Gabriel Alves). Eu , confusa,perante um verdadeiro animal mutante… “Oh Sereno, chupamos”… uma hermafrodita da bola. Os homenzinhos corriam no tapete. Havia assobios e aplausos consoante a bola se movia no tapete, louca, num rodopio. E a gente, a gente a levantar-se “Ohhhhhhh”, um bruuuaaa como uma onda. Eu, já de mãos doridas, de gritinhos histéricos, agora que já sabia quem eram os “nossos”. A meio do primeiro tempo a gente levantou-se…devagar, quase a medo e depois numa explosão. Houve novamente palavrões como pregões, risos largos, um barulho ensurdecedor. Depois, foi o intervalo. Depois ainda a segunda parte. Não houve mais explosões. 90 minutos depois saudaram-se, bancada a bancada “fodei-vos, filhos da puta”. Todos em paz. A mim doíam-me as palmas das mãos. Sai a sorrir, no meio da gente que toda ela sorria. A noite estava branda, a gente de coração redondo e verde, o Mundo no pregão certo, a hermafrodita da bola a despedir-se “Foda-se, foi um jogo do caralho!”. Foi sim senhora minha querida!

Omnipresença

O que é bom é para se repetir.

Tide ou uma questão cultural...

Apresente uma definição de Cultura. "Cultura é um conjunto de factores que distinguem umas pessoas das outras, por exemplo, nós somos brancos, muito mais brancos do que os africanos". Juro, juro que não fui eu que lhes ensinei isto!

Ontem à Noite Estivemos de Férias

Mas hoje a vida continua.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Para saberem do que falam os que dizem que...

... bonito, bonito são as pirâmides do Egipto e as músicas do Tozé Brito. Há a versão Ana Moura, mas essa não interessa nada. Para ouvir http://www.imeem.com/people/e-biMjo/music/Hh1UIJFy/toze-brito-nao-hesitava-um-segundo/.
Não hesitava um segundo
Entre os teus olhos azuis
E um quadro azul de Picasso
Entre o som da tua voz
E o som de qualquer compasso
Entre o teu anel de prata
E todo o ouro do mundo
Escolheria o que é teu
Não hesitava um segundo
Quantas ondas há no mar
Quantas estrelas no céu
Tantas quantas nos meus sonhos
Foste minha e eu fui teu
Entre o teu anel de prata
E todo o ouro do mundo
Escolheria o que é teu
Não hesitava um segundo
Entre o céu da tua boca
E a luz do céu de Lisboa
Entre uma palavra tua
E um poema de Pessoa
Entre a cor do teu sorriso
E todo o brilho do mundo
Escolheria o que é teu
Não hesitava um segundo
Entre o teu anel de prata
E todo o ouro do mundo
Escolheria o que é teu
Não hesitava um segundo
Tozé Brito
O estatuto de "A que ainda não tem nome", permite-me certas extravagâncias!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Nunca tinha ido ao LxFactory

A que ainda não tem nome

Isto de se escolher um nome não é fácil. Somos o nosso nome e o nosso nome somos nós, mesmo que no Mundo haja milhares a partilharem-no. Há nomes que nunca daríamos aos nossos filhos, só porque ou principalmente porque, há alguém, para nós detestável, que o tem. Há os nomes anónimos que não aquecem nem arrefecem, há os nomes fortes , há os nomes de criança e os nomes de velho, há os nomes que estão na moda e os nomes que sabem a mofo. Há o nome dos que gostamos e que não gostamos de repetir noutros de quem venhamos a gostar!!Há os nomes espevitados e os nomes adocicados. Há os nomes de artistas e os nomes de coristas. É difícil escolher um nome. Para um blogue, para um livro, para uma música, para um café.
Ás vezes há coisas que ajudam. Alguns já foram inventados há milhares de anos atrás. Ainda bem que o Presidente da Junta de Urjezes, de Serzedêlo, de Pevidem, do Muro e da Lama, não tiveram de inventar nada, porque os senhores Romanos, há muitos anos atrás conseguiram tão belas toponímias e assim podemos, orgulhosamente dizer que vivemos na Lama! Depois, podemos sempre criar, fazer junções perfeitas entre o nosso nome e a finalidade do nosso estabelecimento: Davifuro (imagino que do senhor David que faz furos!), Climasado (aquela loja que vendia aparelhos de ar condicionado em Setúbal)..ou podemos sempre ser românticos e um dia inaugurarmos o cabeleireiro QuimBela, marido e mulher empreendedores: o Quim e a Bela!
Assim como assim isto não é fácil e por enquanto esta é simplesmente aquela que ainda não tem um nome.

Optimismo Moderado

Gabo-me frequentemente de ser uma optimista. Já estive do outro lado e não gostei tanto. Dava menos trabalho, isso é certo, mas tinha menos piada.

Apesar desta recém-adquirida característica não deixo de sentir um certo impulso suicida nos píncaros. É que a descida é tão grande e tão certa que nem o mais optimista a consegue ignorar. E eu quero um final feliz, é normal que o queira agarrar quando ele passa por mim não é?

Sobre o Outono

Entro no carro com a Vilma:
-Não pensei que ela fizesse cocó agora. Como não tinha sacos tive de apanhar com folhas de árvore.
- Vocês os donos de cães são bué abnegados.

Combate Desarmado

Sempre ouvi dizer que o coração tem o tamanho da mão fechada. Deve ser por isso que nos esmurra tanto.

domingo, 8 de novembro de 2009

Apresentações

(Procurem o videoclip desta música. Não dá para incorporar, mas está no youtube. Vale a pena!)
Uff!
Depois de um grande Molho de Bróculos e das Bacanices da Chica, é altura de dar lugar ao capítulo número dois.
Desta vez não há esquisitices.
Não há amores (mas há quem diga que há), desamores, ex-namorados mal ex-namoradados, namoradas idiotas de ex-namorados, namorados que mais parecem aberrações do circo, nem ex-namoradas que pensam ainda ser namoradas de namorados.
Não há nada disso.
Só há uma casa nova, uma nova expectativa e o bónus de um blog novo.
Blue skies are coming.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Dispensando Apresentações

Estou quase a fazer anos. Faltam 13 dias.
A minha avó anda a insistir num quando-é-que-tens-tempo-livre-para-irmos-às-compras. Clássico. A minha mãe também me vai oferecer roupa (e eu não sou daquelas que precisa assim tanto de roupa).
É nestes momentos que me lembro desta senhora e na vontade que tenho de reclamar o dinheiro em vez da chave.

21:21

É a hora em que decidimos ter um blogue. É a hora em que não é tarde nem é cedo.
E agora que temos uma casa nova é hora de começar as mudanças.