quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Fiz um Desenho Muito Lindo

Para a chafarica do lado, façam favor de ir lá visitar e apreciar.
Carreguem na imagem, vá!
O menino também escreve com graça e eu gosto tanto dele que diria isto mesmo que o blogue fosse péssimo, mas assim nem me custa nada.
Confirmem por vocês mesmos!

"I Love Your Everything"

Para o santo de serviço. Que seja um serviço permanente e vitalício.

(Pensavam que eu não ía entrar na competição meus queridos?

Pois é, também sou uma Mulher Rica.)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Conceito de Artista Emergente

É que se a palavra conceito já está gasta como as entrepernas de umas calças muito usadas a palavra emergente já só dá vontade de submergir à força de muita paulada.
Há por aí gente farta da palavra conceito, e eu até compreendo que seja chato estar sempre a ouvir a mesma coisa, mas arranjem lá palavras melhores: ideia? , não é melhor.
Agora emergente já não se aguenta! É que ainda ninguém me conseguiu explicar exactamente o que é que quer dizer.
É um conceito muito abstracto suponho, baseado numa previsão de algo que nunca chega realmente a acontecer. Convenhamos, a maior parte dos artistas emergentes têm nesse título o expoente máximo da sua carreira e depois voltam à submersão até que nos esquecemos deles para sempre.
Porque é que não são só Artistas, emersos ou submersos? Não é mais justo para todos?
É uma questão de marketing? Um emergente dá aquele ar de que vai valorizar, comprem agora que é barato? Está num caminho de ascensão? Quem lhes atribui os títulos não sabe realmente onde vão chegar, sabe apenas que está a falar de alguém que ainda está muito verde e muito pobre e muito em casa dos pais ou na mesada dos pais e num atelier muito ranhoso para ser considerado emerso.
Como não podemos prever o Futuro, não nos venham com essa.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma mulher rica

Uma mulher rica terá um jantar com quem gosta no sábado. Matar saudades é o único homicídio que jamais dará cadeia e ainda causa um bem danado à alma. Uma mulher rica acordará com sol no domingo. Encontrará o E. à porta da Casa da Música, por entre vento e cabelos revolvidos. Um café no Bar dos Artistas. Uma caminhada a pé pelas ruas. A entrada numa casa de onde se vê o céu e o horizonte. Italiano como língua servida ao café. De dois passam a quatro e há estrada. Uma mulher rica há-de percorrer quilómetros. Parar em Vila Real, comer pastéis da terra e voltar ao caminho. Há-de ver o Douro lá de cima, submisso e ainda assim íntegro e inteiro. Chegará a meio da tarde a uma Vila com um nome que se lhe entrança no corpo e estremece, como as folhas do Outono que desmaiam: Vila da Rua. Em Vila da Rua, pelas cinco da tarde, haverá música clássica numa igreja, tocada por eles, para um povo que a encheu de curiosidade e de espanto. Um frio de Inverno a cair com a noite e uma mulher rica a sentar-se à mesa e a beber Porto. A sentar-se à mesa e a comer carne tenra com centímetros de altura. A sentar-se à mesa e a falar de Aquilino. Uma mulher rica há-de voltar pela estrada escura. Estarão a cantar quando…a mulher rica, começa a ficar pobre e de pobre, passa a ser uma mulher à beira de um ataque de nervos. O sinal de falta de combustível apitou e nessa altura, a ainda mulher rica, olhou-o e perguntou se ele não quereria abastecer. Não quis. Era tarde e estavam quase a chegar. Exagero da mulher rica. A 5 quilómetros de casa, o Touro, tão carinhosamente tratado pelo dono, engasgou-se e depois de se engasgar, o Touro parou. Simplesmente. Parou ao pé de uma raia que apanhava a bifurcação de uma entrada. Os homens saíram para a a noite e telefonaram. A mulher rica e a mulher italiana trocaram opiniões sobre o insólito. Meia hora e a ajuda possível era cara e a barata não parecia estar possível. Uma da manha marcava o relógio, quando a outrora mulher rica viu a gasolina ser introduzida no Touro e o Touro, bom o Touro nem se mexeu. Faltava-lhe bateria. Por razões que só o dono e o Touro conhecem, havia cabos na mala e um carro, o mesmo que trouxera o combustível, a servir de coração. O Touro ressuscitou. A mulher acalmou-se lá pela uma e meia da manha trémula pelo frio descomunal na A1. Chegou a casa pobrezinha como a noite, exausta também e com a leve sensação de que, de um minuto para o outro, se pode perder irremediavelmente uma fortuna.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um Homem Rico

Sexta Feira: jantar em Lisboa, despedida dum amigo que vai trabalhar para o Perú. A seguir uma festa em Sintra até à madrugada.

Sábado: acordar em Lisboa e arrancar logo para Azeitão com a S. para ir buscar a A. à equitação, deixá-la a tratar de si em Lisboa (coisas de mulher) enquanto vou a casa da Chica pôr a Vilma a passear. Apanhar a A. de volta, almoçar com elas em casa do J. e família e à tarde uma visita a uma instituição em S. João da Talha daquelas que poderemos vir a habitar quando o sweet bird of youth deixar de voar (família oblige). Retorno a Lisboa para apanhar a Vilma, depois rumo a Setúbal para deixá-la em casa e preparar para ir jantar a casa do M. em Alcochete com as minhas miúdas e os amigos de sempre. D. quer ir andar de mota na manhã seguinte (como em todas as manhãs de Domingo) mas eu digo que não me vou conseguir levantar e que por isso não vou. Sou insultado. As castanhas estavam óptimas, regresso a Setúbal de madrugada, M. e A. a dormirem no banco de trás.

Domingo: acordar em Setúbal. Faltei ao passeio matinal de mota (D. faz questão de me insultar via sms: diz-me, em 3 palavras, que estou a ficar um me-ni-no) vou passear a Vilma com a M., almoço com elas e de seguida arrancamos para Lisboa para ir ver uma exposição com uma data de amigos novos. Pastéis de Belém, piquenique no jardim, 25 ºC e um Sol firme em pleno Outono. Regressamos a Setúbal, jantamos, filme com S., adormecer exausto no sofá.

Diz-se que o tempo é a maior das riquezas que se pode ter. Eu, que tenho pouquíssimo e ainda por cima tenho de dividi-lo com elas, com os amigos e com a família, sinto-me um homem rico. Mas não é rico tipo Quinta da Marinha, é rico tipo Top 5 da Forbes.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tempos Desesperados Exigem Medidas Desesperadas

Pensavam que eu me ía pôr aqui a discorrer sobre as medidas de austeridade do governo? Pois, mas não, vinha só lamentar-me por não ter chocolate em casa e ter de andar a comer nesquik à colherada.
Tenham um bom fim-de-semana, compensadinhos de açúcar e cacau.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Disparar Em Todas As Direcções

O homem que manda piropos pertence a um tipo de homens muito específico que gostam de mulheres de grupos não muito específicos.

Já Que Estamos Numa de Gourmandises

Querida Nestlé que fazes os deliciosos Clusters de Amêndoas:
Para quando uns Clusters ainda mais deliciosos apenas com os queridos crocantes de amêndoas e os fofinhos pedaços de amêndoas?
Ficamos à espera.
Obrigada

Nutella: sempre a fazer do mundo um lugar melhor

domingo, 10 de outubro de 2010

sábado, 9 de outubro de 2010

Ainda Vim A Tempo

Esta fotografia foi tirada por Annie Leibovitz, a mesma que faz as capas mais bonitas da Vanity Fair.
Ele foi assassinado horas depois, e embora se diga por aí, mais coisa menos coisa, que "A Yoko Ono tem um ar frio e distante e ele todo entrega, e coitadinho do John vítima daquela cabra manipuladora", eu penso em vez disso que ela está com um ar triste, por antecipação.
Gosto muito deste amor.
A mediatização faz com que acontecimentos reais nos cheguem quase como ficção, e assim passamos pelo Drama como se fosse mais uma cena de novela.
É um mal necessário suponho, se eu sofresse cada vez que há catástrofes mais ou menos naturais a matarem milhares, tinha de me mudar para a Serra da Estrela e passar os dias a pastar com um rebanho de bichos bem peludos em vez de ver televisão.
Não sei qual é o critério que me deixa perfeitamente indiferente ao sismo de Sichuan em 2008 que matou muitas mil pessoas e levou muitos filhos únicos e toda amarfanhada com os trinta mineiros do Chile, ou com estes dois, John Lennon e Yoko Ono.
Talvez dependa da altura do mês.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme

***
Recordo-me vagamento do Wall Street de 1987 (greed is good, lembram-se?) onde surge o investidor Gordon Gekko: o rosto da ganância desmesurada. Oliver Stone, realizador de ambas as películas, queria que pudéssemos ver este filme como sequela do primeiro, mas também enquanto obra independente e capaz de sobreviver sozinha. Conseguiu. Este filme é mais leve no conteúdo já que essencialmente trata um drama familiar mas é pesado no pano de fundo (a catástrofe económica ainda se faz sentir...) e, por isso, menos forte que o primeiro de 1987. Tem o condão de confirmar Oliver Stone como o grande cronista da história recente dos EUA. E tem o Gordon Gekko, e só por isso merece ser visto.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eat Pray Love

***
Sábado à noite, arredores, centro comercial, cinema Lusomundo, pipocas, refrigerantes.
É como saír para dançar, mete um bocado de medo mas de vez em quando é preciso.
Esta cerejinha também entra no filme, e embora não seja nenhuma obra-prima eu saí de lá sorridente e durante a viagem de carro até casa não alimentei a minha ruga de estimação.

Namorar Com Gajos das Bandas

Há mulheres que adoram.
A minha querida amiga Carolina garante que existe uma espécie por aí chamada Maria Partitura. Não percebo.
O meu namorado tem uma relação com a banda e dá umas voltas comigo.
E é basicamente isso.
Hoje recebi uma mensagem a dizer que os dias de férias que ele tinha dito que ía tirar para estar comigo afinal vão ter de ser adiados. Porquê? Tinha-se esquecido que vai ter um concerto nessa altura.
Quando o confronto com o facto de ele ter um caso com a banda, ele responde:
"Tu sabes que é de ti que eu gosto."
E faz-se luz, percebo finalmente que é comigo que ele está a ter um caso.
Não é o que eles dizem a todas as amantes?
"É de ti que eu gosto mas estou com ela há anos, não a consigo largar..."

Numa Actividade Com Crianças

-Alguém aqui sabe o que é o magusto?
mãozinha dum Guilherme no ar:
-Eu não sei o que é o magusto mas sei o que é uma lagosta.
o colega do lado confirma e acrescenta:
- Eu não gosto de lagostas mas gosto de lagostins.

domingo, 3 de outubro de 2010

Já não há estrelas no céu

Os 15 anos devem ser a idade mais estúpida na vida de um pessoa. Lembro-me vaga e vergonhosamente dos meus. Hoje, assisto mais ou menos impávida aos 15 anos a entrarem nas salas de aula pela manha e a saírem das salas de aula pela tardinha. 15 anos sozinhos e acabrunhados, 15 anos malcriados, 15 anos embrenhados noutros 15 anos. 15 nos cheios de dúvidas. 15 anos que sonham. Á Rita os 15 anos, custam consultas de peudo psiquiatria em Coimbra e uma corcunda que permanecerá ali até aos 80. A Rita não ergue as costas e não abre a boca nas aulas. No outro dia falou, era o 5, porque é Ana para além de Rita e foi o número que disse à sorte para que alguém respondesse à questão.Foi um conter de nervos e de pena. A Rita a querer falar…a voz a não sair. 15 anos a hipotecarem uma vida. A Helena e o João, embrenharam os 15 anos um no outro a ela convenceu-se que tem 30. Olhos muito pintados, cabelo liso, blusas de leopardo e calças à vamp. Os 15 anos soltam-se, de quando em vez, quando me puxa pela blusa para que a ajude numa questão. Faz uma boquinha de 5. Enerva-me. Baixo-me, dou um encontrão aos outros 15 anos que se aninham ao lado dela e cuja voz ainda não se fez também ouvir. Depois há as outras, aquelas que se sentam juntas. Uma que chama porca à outra. A outra que diz não se importar. Importo-me eu, sai-me num berro que as estremece. Reparo que os 15 anos são mais irritantes nelas. Eles são uns bebezões roucos e com pêlos encravados. Lambuzam uma miúda enquanto pensam no jogo da bola de final da tarde. Se elas os deixam alguns morrem por algumas horas, até entrarem em campo, plenos de preto e branco, com o Vitória como salvação. Fazem-me falta os rapazes, os meus, do ano passado. Diziam-me que um dia haveria saudades. Pois há. Já se perfumavam e faziam a barba. Olhavam-me para as pernas quando me sentava na borda da mesa e alguns coravam. Insultavam-se com virilidade e viviam num mundo paralelo onde comiam sopa de órgãos e Jesus nascia da maçã que a Eva comeu. Tinham 18 anos e carta de condução. Ainda por lá andam. Depois da doença de um colega, couberam a outro que pouco mais anos tem do que eles. O primeiro ano a dar aulas. Sai da sala deles corado, olhos desorbitados e numa frase deriva a palavra complicado, complicada, complicações. Não sei se escapará ao psicólogo de Coimbra. Os pêlos ainda não desencravaram todos e a semana passada, no parque de estacionamento, depois de ter derivado com ele a palavra calma, acalmar,calmaria, despediu-se de mim, com dois beijos fervorosos na cara, como quem beija uma santa aos pés de um altar.

sábado, 2 de outubro de 2010

No Post Abaixo o Zé Moderou-se

Quando falou comigo sobre o Contraluz a conversa foi mais como esta:
"Uma merda"
Chica "Mas o trailer até é fixe, aquela cena do GPS está engraçada"
"Essa cena acontece aos 5min de filme, a partir daí é uma merda e tem música dos Santos e Pecadores"
Chica - arrepiada com a banda sonora mas não a ponto de largar a ideia -"Então e a promoção do António Feio?"
"Pá, ele deviam ser amigos e como o António estava a morrer tanto lhe fazia por isso fez-lhe o favor"

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Contraluz

Aproveitam-se o Joaquim de Almeida e o trailer. Mais nada. Os antigos referiam-se ao que era mesmo bom como "isto vem de fora, do estrangeiro", ou seja, acreditavam que de cá não sai nada de jeito (e às tantas...). Fernando Fragata, manhoso, foi filmar para os EUA a ver se nos enganava: assim o filme "vem de fora". Querer ser moderno = provincianismo ao contrário. Será que por cá ninguém acredita em boas histórias? Em filmes simples? Já viram o cinema espanhol, brasileiro, francês, mexicano, argentino?!... Será que os realizadores tugas são como os concorrentes do Ídolos, que não têm amigos que os chamem à realidade e lhes digam o que eles andam realmente a fazer?

Um Profeta

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Chamem-me perdulário por distribuir tanta estrela no mesmo dia mas este também é um filme excepcional. Quase sempre filmado numa prisão, o filme vive do argumento e dos actores que é como um bom filme deve ser. Quando emoldurado por imagens e planos competentes, torna-se excelente. Outra vez: porque é que não fazemos filmes assim?

O Segredo dos Seus Olhos

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Óptimo argumento (e simples), excelentes actores, óptima realização. Five stars, concerteza. Porque é que não fazemos filmes assim?