Ele chegou um bocadinho atrasado. Tropeçou no último degrau e chegou ao pé de nós num equilíbrio precário. Trazia uma bolsinha à frente, daquelas presas à cintura e uma mochila. Não cumprimentou. Reconheci-o. Da última vez que soubera dele, na faculdade, tinha desaparecido num autocarro que ia em direcção à Foz. Isto pelas oito e meia da manha, segundo fontes mais ou menos fidedignas. Às seis e meia da noite, entraram num anfiteatro, mãe e funcionário, à procura dele. O passeio à Foz tinha demorado, se calhar até hoje, que ele parecia vir de viagem!
Depois de alguns minutos, resolvi abordá-lo. Lembrava-me do nome pelo qual ele era conhecido nesse tempo, o Dúvidas, e vagamente do nome verdadeiro. Arrisquei. Sim era ele. Lembrava-se da minha cara. Perguntou-me o nome. As pessoas que estavam comigo, responderam por mim: Simone de Oliveira, não se esquece. Pois não, disse ele. E então, está tudo bem? – perguntei. Tudo óptimo Solange, respondeu. Pronto, se calhar não está tudo bem bem, mas pelo menos não troca a primeira letra e Dúvidas, sempre as teve afinal.
2 comentários:
Simone, que conto/biografia incrível! Estava com saudade de te ler.
Obrigada Helena:)
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