Há um limite ao querer bem. Ultrapassado esse limite e principalmente, se não és querida, desatas a querer cada vez mais, a ver se o outro também te quer e então, é veres os pratos da balança a entrarem numa desarmonia catastrófica: um a espreitar o fundo da terra o outro voltado para os píncaros.
Há um limite ao querer mal. Ultrapassado esse limite e principalmente, se não tomaste ainda nenhuma atitude que resolva a coisa (e o melhor, é sempre ficares quieta), desatas a ter ideias mirabulantes de vinganças infantis e inconcretizáveis, principalmente se não tiveres no corpo a genuína maldade. A dada altura, o teu ódio é tão ridículo que até vergonha dele já sentes.
Há um limite, mas tens de estar sóbria e acordada e acima de tudo lúcida. Como é que isso se consegue? Não sei, acontece. Andas meses na fronteira do limite,às vezes para um lado, outras vezes para o outro. Um dia acordas e percebes que, sem saberes como, entraste num outro país. Um país que às vezes se chama Fé, outras Milagre, outras Agora é que vai ser, dependendo da euforia que te invade. Chegada ao país...é fazer tudo aquilo que se faz quando se chega a um novo lugar: sorrir, tirar fotografias, gozar esplanadas, sentar no chão, visitar lugares enfadonhos que naquela altura, te parecem o máximo. Sabes que, tens data marcada para o regresso... que aquela coisa dos limites, vai entrar na mala com os vestidos e voar contigo para casa. Mas...uma vez por outra...é bom fazer de conta, encolher os ombros e mandar a racionalidade dar uma volta, das grandes.
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