quarta-feira, 30 de junho de 2010

Entre postes

Eu gosto do Eduardo. Muito. Daqueles homens que sempre são uns senhores. Intemporal, à antiga, de garra e coração. Telúrico e guerreiro. Eu gosto do Eduardo. Muito.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Coisas fixes

Curtam lá estas camisolas para celebrar golos:
Dutch Football Federation - 2010 FIFA World Cup T-shirt
Advertising School: Willem de Kooning Academie, Rotterdam, The Netherlands
Creatives: Bas van de Poel, Daan van Dam

Cool, não?

Quinze a zero

Uma abnegada família de Espinho pintou a casa com as cores da bandeira nacional ... com o encarnado antes do verde.

domingo, 27 de junho de 2010

E porque se fala em nadar...

Não deve ter mais que quatro anos e faz-se acompanhar por uma avó histérica e pela irmã rais-te-parta-esse-cabelo-Marlene. Dele não sei o nome, mas não é isso que tem impedido a nossa relação visualmente íntima. Quando lá entro, às terças-feiras, no balneário das piscinas, ele já lá está. A avó esganiçada, tenta dominar o cabelo da rais-te-parta-esse-cabelo-Marlene, que não fosse a pele alva de musa de Rubens e eu quase apostaria que descendia de algum chefe de tabanca dos longínquos reinos da África profunda. Enquanto a avó tenta dar conta do recado e a rais-te-parta-esse-cabelo-Marlene se debate furiosamente, ele, com um pacote de bolachas na mão, prega os olhos em quem entra, para não mais os largar do alvo. Nas últimas duas semanas, tenho sido a contemplada: quatro anos de idade, umas sandálias nos pés, uns corsários a baterem estrategicamente na perninha roliça e uma barriga que faz adivinhar um macho luso em franco desenvolvimento. Esta semana, na t-shirt podia ler-se “I´m a Rock Star”, e ele, fruto da intensa observação da semana anterior, parecia já menos espantado. Eu, confesso, tenho grandes dificuldades em manter-me séria, perante aquele par de olhos, bolacha a meio caminho entre a barriga e a boca e um ar que varia entre o horror e o deslumbramento. A semana passada, foi o levantar da blusa o que o mais perturbou, a bolacha ficou ali uns minutos, boca aberta de espanto….e a partir do momento em que a roupa toda me saiu do corpo, as bolachas começaram entrar-lhe pela boca dentro a um ritmo frenético. Esta semana, já se aguentou melhor: encostou-se à parede, escorregou por ela abaixo e com um ar de quem já papou muito balneário feminino na vida, comeu vagarosamente as bolachas enquanto eu enfiava o fato de banho e a avó desandava um belo estalo na indomável rais-te-parta-esse-cabelo-Marlene.

Aprendemos Demasiado Tarde

- O teu pai disse que os meus sapatos eram giros. Tu nunca fazes um elogio. Devias aprender com ele.
Alguns meses depois, as mesmas pessoas, os mesmos sapatos:
-Gosto desses sapatos.

Sexo e a Cidade 2

***
É uma paródia em cor-de-rosa.
Adorei, era o filme que eu precisava ontem à noite.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Não é querer ser chata mas...

NÃO CONSIGO FAZER PARÁGRAFOS!

Procrastinando

Tens uma vida normal Mas pressentes que afinal As coisas todas são esquisitas Este mundo é um buraco de animal Sentes-te mal e hesitas Pedes ajuda a alguém Se houver remédios também Não dizes não Já viste o procedimento todo na televisão Diz Freud "a culpa é da mãe" Pagas para desabafar Coisas que andas a pensar Sobre o futuro e o passado mal passado Que te está a atormentar Man, andas a descompensar Psicologia, factor de stress. Esquizofrenia é uma mania, Dá em gente com um ego que aborrece. Há tanta coisa que enlouquece. Amanhã exame de psicologia. Vem mesmo a calhar.

Mini Trail

Não é só a Simone de Oliveira que tem histórias da aldeia
Está aí o Verão, que era altura de ir passar grandes temporadas para casa dos avós. De entre as muitas actividades que se podiam praticar na aldeia (genialmente elencadas aqui) a minha favorita era passear na Honda Mini Trail.

A Mini Trail é uma moto de trail da Honda fabricada nos anos 70. Destinava-se a um público jovem que procurava um primeiro meio de transporte e tinha a particularidade de caber na bagageira dum automóvel familiar médio. É muito pequena mas tem lugar para condutor e pendura e, no nosso caso, andávamos habitualmente três pessoas ao mesmo tempo. Prevenção Rodoviária à parte: ia o meu primo Rui sentado em cima do depósito com os pezinhos apoiados no guiador, a minha avó a conduzir e eu atrás. No cesto à frente iam as mercearias compradas na "venda". Nunca questionávamos a segurança porque a minha avó acreditava, e ainda acredita, que o destino é que decide quando vamos. E eu fui muitas vezes, mas ao chão. A minha irmã chegou a fazer um cavalinho sem estar sentada na mota (a imagem que tenho é totalmente YouTubável) e atirou a Mini Trail contra o muro de alvenaria que cerca a casa. Uma das muitas quedas que a mota sofreu, de entre tantas que provocou.

Afirmo com orgulho que quem me ensinou a andar de mota foi a minha avó (apresentem-me mais uma pessoa que possa dizer o mesmo - uma só!). A Mini Honda, como é conhecida na família, foi comprada para o Joca, esse mito vivo, e ficou na aldeia mais de 20 anos até ser levada pelo seu dono original. Sem Mini Honda o Minho tornou-se menos animado. Diziam-nos que estava numa oficina a restaurar. Olhos que não vêem, coração que não sente, e todos se esqueceram da mota. Menos eu, que a adorava. Até ao meu aniversário deste ano. O Joca entregou-me um envelope que estranhei logo porque com esta idade já ninguém me dá dinheiro pelos anos. Lá dentro um bilhete: A partir de hoje é tua. Fiquei siderado: o tesouro da família com mais de 30 anos tinha agora um novo dono (melhor: curador)! Obrigado Joca! Não te agradecia assim desde que me ajudaste com a Matemática no Secundário. E olha que entre a Matemática do secundário e a Mini Trail nas férias grandes, sempre preferi a segunda.

Do amor e outras histórias

À senhora Aurora devo-lhe a primeira imagem do muitíssimo - 7/8 anos de gente e a afirmação dela “o meu pessegueiro este ano tem triliões de pêssegos!” Triliões, era muito mais do que eu conseguia imaginar, muito e tanto. Ainda hoje, quando o espanto perante o imenso me atinge, à memória chegam-me triliões de pêssegos dourados pendurados numa árvore anónima que nem cheguei a conhecer, mas que num Verão se permitiu a tal ousadia. A senhora Aurora que já nesse tempo usava os saltos mais altos de toda a freguesia, elevando 70 e muitos anos de gente uns centímetros mais acima, continua a usa-los passados todos estes anos para mim e para ela. Já não a via há muito, já nada lhe sabia há muito. Soube-a esta semana, quando alguém me sussurrou a morte perante o meu espanto. O senhor Carlos, o senhor Carlos que fazia madeira a partir das árvores e coisas a partir da madeira, morreu num susto um deste dias. Deixou a Aurora suspensa nos seus saltos e órfã de porto de escuta. Nunca o ouvi falar, porque ela falava por ele e para ele. Anos, anos, anos e agora que ele morreu e ela não tem com quem falar, fala com quem sempre falou, com ele. A dona Aurora, três da tarde de um tórrido dia de Verão, enfia os saltos pelos paralelos e chega ao cemitério. Fala-lhe: “oh Carlos tens tanta terra aí por cima de ti; oh Carlos e quando chove?; oh Carlos desculpa que eu ás vezes era tão chata; oh Carlos tu estás bem?”. Olho-a de longe com um sorriso que subitamente se quebra em água. Olho-a e sei o Carlos longe, tão longe como triliões de pêssegos dourados, onde talvez lhe chegue a voz dela, num sussurro de que afinal, ele sempre precisou para viver- aqui ou lá. Ela há-de voltar a casa, tropeçando os oitenta e muitos anos nos paralelos da aldeia e falando para ele, como o fez toda a vida, porque em algum lugar ele vive.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Levantamo-nos sete vezes à hora do almoço. Num tempo em que tão pouco nos faz tirar os pés do chão, alguma magia deve ter o futebol, capaz de fazer erguer uma multidão.

domingo, 20 de junho de 2010

Rajadas 70 km/h

Chega a esta altura do ano e o corpo, habituado a outros areais, começa a clamar por praia e mar. E o corpo quando começa muito a querer uma coisa, não se cala. Farta daquela gritaria que se impunha a partir do momento em que abria a janela do quarto, sete da manha e já um sol frio e tímido a bater-me nos olhos, quinta-feira, lá resolvi fazer a vontade ao corpo. Saída do secretariado de exames às 2 da tarde, sigo de enfiada para a praia, relembrando as tarde de praia depois dos exames nacionais, no Portinho há quatro anos atrás, relembrando as tarde de praia no Tamariz há dois anos atrás…Este ano, relembrando tudo isso, conduzo o corpo pelo meio de um intenso cheiro a bosta e acabo na praia da infância, de onde pensava que já tinham desaparecido as vacarias a menos de 5km da areia. Lá chegada e o corpo a começar a sentir uma brisa, o corpo a começar a sentir um vento, o corpo a começar a sentir um vendaval e ainda assim, eu na fase da negação, naquela do “ali ao pé das dunas é que vai ser abrigadinho”. O corpo. Arrasto-o pelo areal quase vazio, o pára vento, a toalha, o corpo Paris-Dakar numa praia do Norte, os olhos estúpidos de areia, lacrimejando e ainda assim, resistindo. A primeira paragem é feita ali mesmo no meio, tão bonito, quase deserto. O corpo de joelhos a tentar enfiar o pára-vento na areia, o corpo aos tombos a correr atrás dos óculos de sol, o corpo a deitar-se devagarinho atrás do pára -vento azul. A tempestade, a tempestade a aproximar-se. A areia a ser disparada contra as pernas, o cabelo num reboliço, a boca, meu deus, a boca a comer areia. O corpo a dizer que final não estava assim tão bem. Toca de desmontar a tenda, correr mais um bocadinho atrás de uma sandália, levantar o pára-vento e ir para trás das dunas. Novamente montar o estamine….lamber o corpo de protector solar. Aparentemente ninguém e a tempestade a dar uma trégua. Cinco minutos e a tempestade a voltar. Com ela um sujeito ao longe, qual Rommel e eu a pensar: “olha, vais ser violada no Saara, filha!”. O Rommel a aproximar-se e a perguntar se eu tinha horas. Não tinha. Se eu por acaso, não queria ser namorada dele. Também não queria. Ele e a afastar-se. Eu a ajoelhar-me atrás do pára-vento a ver se ele se tinha realmente ido embora. Mais uma cuspidela de vento pelos olhos dentro. Uns cinco minutos depois, o corpo tinha como segunda pele uma camada de areia que dava para restaurar o areal da Costa durante os meses de Verão. Desta vez não lhe pedi opinião, ao corpo, levantei o estamine e fiz a penosa caminhada de regresso à civilização e ao mundo das vacas e da bosta, coberta de areia e com uma otite em franco desenvolvimento.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Pelo sonho é que vamos

Assim, despropositadamente, sonhei connosco. Sonhei connosco e com a Vilma. Sonhei connosco e com a Vilma, numa casa igualzinha à da Chica, mas em grande, e eu a pensar: "Afinal, como isto cresceu...".
Sonhei connosco e com a Vilma, na casa grande da Chica, envergando umas t-shirt´s brancas e umas cuecas. Nada mais. Ridículos. A Vilma também de t-shirt branca. Todos sentados no sofá, com o ar mais normal que conseguem ter quatro pessoas e um cão, envergando t-shirt´s brancas e cuecas. Íamos assistir a um jogo da Selecção e isto, quer-me parecer que foi qualquer coisa para o premonitório: no final vamos acabar todos com as calças na mão.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

"Favores em cadeia"

Foi a amiga que me dizia "Fica tu com isto que te fica melhor a ti do que a mim" que me apresentou a amiga que me diz "Podes ficar com isso, sempre te fica melhor a ti do que a mim.", comprovando a minha teoria que, salvo raras excepções, as boas pessoas trazem para a nossa vida pessoas igualmente boas.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Actividades incompatíveis, resultados previsíveis

Ver o primeiro jogo da Selecção e pintar as unhas em simultâneo...basicamente, não correu bem.

Sobre o Santo António

Foi um bom pretexto para o que realmente interessa: Reunir.
Éramos poucos e estávamos desmoralizados, mas somos tão bons.
(nota: Como é que passei vinte e quatro anos a desprezar a existência de churros? )

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Crush David ou Uma canção que é ela toda um aforismo

Dedicado à mana, que se sente assim há alguns dias. Tomara que por muitos.

Esta é A canção de amor.

Viva O Santo António...viva o São João...

Do Santo António... ...ficam os atrasos, as multas, as carteiras roubadas, os exaustores incendiados, a sangria a tinto, as sardinhas a sushi, os pés pisados, as saias novas, os carros rebentados! Do Santo António... ficam certezas redobradas...poucos ou muitos, menos ou mais...somos as pedras da calçada, o caminho, a caminhada, a piada cortante, o olhar retumbante, a ironia flamejante e a amizade gritante!!! Ai que dias há em que gosto tanto de ser pirosa:)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Isto do acidente da miúda de Lamego, trouxe-me nos últimos dias a lembrança da Zélia à minha vida. Eu conto-vos. A Zélia chegou à aldeia e à escola primária quando nós já estávamos na terceira classe e se por um lado achávamos a Zélia muito parecida connosco, por outro havia algumas coisas que nos faziam alguma confusão: a Zélia não aprendia nada e as mamas da Zélia cresciam muito. A família também não ajudava muito à normalidade que nos rodeava: os dois irmãos eram muito gordos, o pai não trabalhava e a mãe comprava duas dúzias de pães todos os dias na padaria. A verdade é que eles não eram muito iguais aos nossos mas isso não nos preocupava muito. Quando passamos para o quarto ano, o irmão mais velho da Zélia, morreu num acidente de moto e com o dinheiro do seguro, o pai, mesmo não tendo carta, comprou um carro. Aos sábados, quando passávamos para a catequese, detínhamo-nos atónitos à porta da casa da Zélia, enquanto ela e o irmão Gordo limpavam o carro e o pai bebia umas cervejas e preenchia os boletins do Totoloto e Totobola. A verdade é que naquela altura ainda não havia os Subsídios do estado, mas havia, com a graça de deus, os jogos da santa Casa da Misericórdia e…uns meses mais tarde, o pai da Zélia ganhou 12 mil contos no totoloto. Conservaram a casa de campo, mas decidiram comprar no décimos segundo andar de um prédio de 20 andares um T3 com vista desafogada. Mudaram-se para a cidade. Levaram o carro e a mãe continuou a dificultar o acesso do gordo aos 24 pães. Aguentaram-se uns meses na cidade até que o Gordo protagonizou uma cena de salvamento quando, na tentativa de chegar aos pães, resolveu passar de uma varanda para a outra lá no 12.º andar. Aquilo assustou os transeuntes e arrepiou caminho ao Gordo que ficou indeciso e pendurado numa das varandas. Lá o conseguiram salvar mas perante isto, a família resolveu voltar á aldeia e com tanta viagem o pai tinha resolvido também tirar a carta. Assim, no Verão quente de 92, depois de uns meses a insistir no código, lá conseguiu passar e resolveu brindar a família com a primeira voltinha no automóvel. Não chegaram à aldeia, na primeira curva, ao sair da cidade, o pai despistou-se, galgou a ponte e aterrou com a prole em cima da ramada que dez metros abaixo, cobria o riacho. Lembro-me que voltávamos da praia e havia uma grande fila de trânsito. Lembro-me que na porta do pendura havia uma mancha de sangue e lembro-me que do voo resultou apenas partida a cana do nariz da mãe. Infelizmente, para esta miúda, os voos nem sempre correm menos mal. Não sei o que é feito deles. Presumo que o nosso bondoso Estado tenha tomado conta do destino da família, que a crise não os afecte muito e a esperança no euro Milhões lhes alegre agora os sábados.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Chamem-me o que quiserem...

... gabarolas, pindérica, infantil, convencida... mas hoje foi a última aula com a turma do Tózé (eu sei que vocês lamentam quase tanto quanto eu) e ... ofereceram-me uma Pandora.
Foi a última vez, provavelmente, e chovia copiosamente quando descíamos a rua vindos do café, onde fomos, todos juntos, tomar o pequeno almoço. Como são miúdos giros, no final da aula, podia ler-se no quadro "Agora é mais um valor a cada um, se faz favor!!!!". P.S Garantem, em sinal de "chantagem", que, se voltar a ser professora deles, enchem a Pandora com pecinhas! e o Tózé acrescenta: "hoje até vai dormir com ela, não?"

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Das conversas com os outros...

- eu acho que há relações que foram feitas para as férias grandes e outras feitas para uma noite de ano novo

domingo, 6 de junho de 2010

:)

Banda sonora para dias perfeitos.

Tenho vivido alguns assim.

Jónsi - Go Do

Conclusão em conversa com a Simone de Oliveira

Temos medo de não encontrar até encontrarmos e depois temos medo de perder, até perdermos.
É medo a mais.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Aforismos Musicais

"A morte não é mais que uma predisposição para a horizontalidade" in Fazer de Morto / Mão Morta

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Para a Brócula

Aforismos Musicais

"Se deus tivesse filhos, por favor, não os deixava nas imediações" in Miúdo / Cindy Kat

terça-feira, 1 de junho de 2010

Conclusão Pós Telefonema à Chica

Hoje tudo me irrita sobre ti. Especialmente o facto de não gostares de mim.