sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Relativizar

Eu sou uma pessoa calma por natureza.
Não calma do tipo estive-ali-no-parque-a-fazer-tai-chi ou do tipo fumo-seis-ganzas-por-dia-senão-ainda-me-dá-para-fazer-alguma-coisa-e-não-pode-ser, mas calma. Vá, digamos que não me tiram do sério facilmente.

Hoje esqueci-me das chaves de casa, em casa, pois claro. E não há mais cópias, o que é muito inteligente e tal, mas avancemos. A minha porta está colocada ao contrário o que impossibilita a abordagem do cartão ou radiografia, ou seja, restavam muito poucas hipóteses.
E eu e a cadela na rua mas felizes.
Há gente por aí a ter acidentes que nunca mais mexe as perninhas e eu vou chatear-me por estar na rua?
A minha vizinha, amorosa, velhinha, sozinha, tremelicante, convidou-me para entrar enquanto esperava pelos bombeiros. Estava a dar o programa da Fátima Lopes, fizemos conversa:
"Eu vejo muito estes programas"
"A televisão deve ser uma grande companhia."
"Ui, sem a televisão ficava maluquinha! Eu até tenho Tv Cabo."
E depois ela pegou num boneco e começou a embalá-lo.
Aposto que já se esqueceram das chaves, dos bombeiros e da polícia.

2 comentários:

Dantas disse...

Acabou de ganhar a menção honrosa David Lynch 2009.
O primeiro prémio não.
Que esse já está dado.

Zé da Caixa disse...

depois entrou o anão dos braços compridos a dançar pela sala...