O Soajo são as primeiras letras. Nuas. Despojadas. Letras que hão-de dar palavras. Mas mais tarde, muito mais tarde e palavras, ainda assim palavras curtas, exactas, intensas. O Soajo são os primeiros números. Únicos.
O Soajo é feito de pedra e de chuva. Água que nunca mais acaba e que tudo limpa. Ruas que nos estreitam. Cheiro a fumo nas primeiras horas do escuro. Pedras que formam casas. Casas que escondem vidas.
O Soajo somos nós, mais fortes, mais inteiros, mais nós. Mais essenciais. Porque ali tudo existe só para que baste. Há pão fresco deixado na porta. Há “bons dias” a estranhos que nunca mais veremos. Há passeios pela Serra e barragens silenciosas como velhas viúvas. Escuras e ainda assim, talvez um dia, tão cheias e sempre assim misteriosas.
O Soajo é tudo isso e muito mais. Somos nós, pequeninos lá dentro…desta casa e o Mundo lá longe.
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