O último de Allen é um regresso às origens: Nova Iorque e uma "crónica" improvável da vida diária de gente como nós. Não há lugar para grandes fantasias, há sim, aquilo a que Woody Allen nos habituou há muitos anos: através de Boris (a personagem principal), mergulhamos na causticidade do realizador, num mundo imperfeito e cheio de imperfeições, onde o comum nunca é vulgar e onde a esquizofrenia adquire uma comicidade que roça a ternura.
Não conseguimos chegar a gostar de Boris, mas também nunca o chegamos a detestar. No fundo, torcemos por ele, como torcemos por todos os que nos rodeiam, cheios de vícios e manias, cheios de defeitos e pormenores. Gente como nós. Alguns mais loucos do que muitos de nós conseguiremos um dia ser. Vidas em que, no final e afinal, tudo poderá vir a dar certo, dependendo do que é certo e independentemente do caminho que se leve para lá chegar.
Armando-me em crítica de cinema ou em Miss Chica, atiro 3 estrelas!
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